Papa faz novo apelo à oração pela Igreja na China

Leonardo Meira
Da Redação CN


''A Maria,peço que ilumine os que estão na dúvida, reforce quantos estão iludidos pelo canto da sereia do oportunismo'', pede Bento XVI
O Papa fez uma profunda oração pela Igreja na China, logo após concluir a Catequese desta quarta-feira, 18, dedicada à oração de Abraão.

"A Igreja na China, sobretudo neste momento, tem necessidade da oração da Igreja universal. Convido, em primeiro lugar, todos os católicos chineses a continuar e a intensificar a própria oração, sobretudo a Maria, Virgem forte. Mas também para todos os católicos do mundo, rezar pela Igreja que está na China deve ser um compromisso: esses fiéis têm direito à nossa oração, têm necessidade da nossa oração", afirmou.
O desejo dos católicos chineses é o de unidade com a Igreja universal, com o Pastor supremo, com o Sucessor de Pedro, como já disse o Santo Padre em diversas oportunidades, de modo especial através da Carta à Igreja na China, escrita em 2007. "Com a oração, podemos alcançar para a Igreja na China o permanecer una, santa e católica, fiel e firme na doutrina e na disciplina eclesial. Ela merece todo o nosso afeto".
Bento XVI salientou que, através da oração, pode-se alcançar esse desejo e superar a tentação de um caminho independente de Pedro. "A oração pode obter, para eles e para nós, a alegria e a força de anunciar e testemunhar, com toda a franqueza e sem impedimento, Jesus crucificado e ressuscitado, o Homem novo, vencedor do pecado e da morte".

Acesse.: NA ÍNTEGRA: Apelo de Bento XVI pela Igreja na China

O Pontífice recordou a passagem dos Atos dos Apóstolos em que Pedro foi libertado do cárcere pelo auxílio de um anjo, graças à forte oração da comunidade. "Também nós façamos o mesmo: rezemos intensamente, todos juntos, por essa Igreja, confiantes que, com a oração, podemos fazer algo de muito real por ela", exortou.

Bento XVI expressou sua proximidade a todos os Bispos que sofrem e são colocados sob pressão no exercício de seu ministério episcopal, bem como a todos os sacerdote e católicos no país que encontram dificuldade para a livre expressão de sua fé. "Com a oração, podemos ajudá-los a encontrar a estrada para manter viva a fé, forte a esperança, ardente a caridade por todos e íntegra a eclesiologia que herdamos do Senhor e dos Apóstolos e que nos foi transmitida com fidelidade até os nossos dias".

Por fim, o Bispo de Roma recordou que a próxima terça-feira, 24, é o dia dedicado à memória litúrgica de Nossa Senhora Auxiliadora, venerada com grande devoção no Santuário de Sheshan em Shanghai, e também Dia mundial de Oração para Igreja na China. "Lá, como em outros lugares, Cristo vive a sua paixão", disse.

"Com todos vós, peço a Maria que interceda para que cada um deles [fiéis chineses] se configure sempre mais estreitamente a Cristo e se doe com generosidade sempre nova aos irmãos. A Maria, peço que ilumine aqueles que estão na dúvida, recupere os perdidos, console os aflitos, reforce quantos estão iludidos pelo canto da sereia do oportunismo. Virgem Maria, Auxílio dos cristãos, Nossa Senhora de Sheshan, rogai por nós!", exclamou.


Apelo

O apelo do Pontífice acontece pouco mais de cinco meses após uma iniciativa similar, também após uma Catequese, no dia 1º de dezembro do ano passado. Naquela ocasião, o Vaticano havia divulgado há apenas uma semana um comunicado oficial para indicar o "profundo pesar" de Bento XVI ao receber a notícia de mais uma ordenação episcopal ilícita no país asiático.

A ordenação aconteceu em Chengde (Província de Hebei) no sábado, 20 de novembro, e foi criticada duramente pelo Vaticano. No texto, o Vaticano também declarou que, diversas vezes durante 2010, comunicou com clareza às autoridades chinesas a sua posição sobre a ordenação episcopal ilícita do padre Giuseppe Guo Jincai.

O comunicado concluía afirmando que os católicos do mundo todo seguem com proximidade espiritual e atenção o conturbado caminho da Igreja na China.


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