Crer em Deus é ter "esperança invencível", afirma Papa

Leonardo Meira
Da Redação CN


''Se removemos Deus, se removemos a Cristo, o mundo retrocede ao vazio e à escuridão'', afirma Bento XVI

"Quem crê em Deus-Amor leva em si uma esperança invencível, como uma lâmpada com a qual atravessar a noite para além da morte, e chegar à grande festa da vida", ressaltou o Papa Bento XVI antes de recitar a tradicional oração mariana do Angelus neste domingo, 6.

O Pontífice fez sua reflexão a partir da parábola das dez jovens enviadas a uma festa de núpcias, símbolo do Reino dos céus e da vida eterna (Mt 25,1-13). Dessas, cinco entram na festa, porque, na chegada do esposo, tinham o óleo para acender as suas lâmpadas; enquanto as outras cinco permaneceram fora, porque não haviam levado óleo.

"O que representa esse "óleo", indispensável para sermos admitidos ao banquete nupcial? Santo Agostinho e outros antigos autores o leram como um símbolo do amor, que não se pode comprar, mas se recebe como dom, conserva-se no íntimo e pratica-se nas obras. Verdadeira sabedoria é aproveitar a vida mortal para realizar obras de misericórdia, porque, depois da morte, isso não será mais possível. Quando formos despertados para o Juízo Final, esse acontecerá com base no amor praticado na vida terrena. E esse amor é dom de Cristo, efuso em nós pelo Espírito Santo", explicou o Bispo de Roma.

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O Santo Padre também ressaltou que as Leituras bíblicas da liturgia dominical convidavam a prolongar a reflexão sobre a vida eterna, iniciada por ocasião da Comemoração de todos os fiéis defuntos.

"Sobre esse ponto, é nítida a diferença entre quem crê e quem não crê, ou, se poderia igualmente dizer, entre quem espera e quem não espera. [...] A fé na morte e ressurreição de Jesus Cristo assinala um divisor de águas decisivo.Se removemos Deus, se removemos a Cristo, o mundo retrocede ao vazio e à escuridão. E isso encontra resposta também nas expressões do niilismo contemporâneo, um niilismo muitas vezes inconsciente que contagia, infelizmente, a tantos jovens", indicou o Papa.

Por fim, Bento XVI pediu a Maria, Sedes Sapientiae, para que "nos ensine a verdadeira sabedoria, aquela que se fez carne em Jesus. Ele é o Caminho que conduz desta vida a Deus, ao Eterno. Ele nos fez conhecer o rosto do Pai, e, assim, deu-nos uma esperança cheia de amor. [...] Aprendamos dela a viver e morrer na esperança que não engana".


O Angelus

O encontro do Santo Padre com os cerca de 40 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro aconteceu às 12h (horário de Roma - 9h no horário de Brasília). 

Bento XVI também lançou um apelo pelas vítimas dos conflitos na Nigéria. "Sigo com apreensão os trágicos episódios que se verificaram nos dias passados na Nigéria e, enquanto rezo pelas vítimas, convido a colocar fim a toda a violência, que não resolve os problemas, mas os aumenta, semeando ódio e divisão também entre os crentes".

Ao final do Angelus, na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa afirmou:

"Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular os membros do Instituto das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, que vieram do Brasil em peregrinação aos lugares de origem da fundadora, Santa Teresa Verzeri, no décimo aniversário da sua canonização. Desejo abundantes graças divinas, às suas filhas e irmãs espirituais e aos seus devotos, para construírem a vida sobre aquela rocha firme que é Cristo vivo na sua Igreja. Deus a todos guarde e abençoe!".


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