Santos do Céu – intercessores para os católicos, ociosos para os protestantes

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As Escrituras não deixam margem para dúvidas: os cristãos – vivos ou falecidos – participam da natureza divina como membros do Corpo de Cristo, e isso permite que eles intercedam uns pelos outros junto ao Pai. Como prometemos no post anterior (ver aqui), estudaremos mais detidamente quatro fatores presentes na Bíblia que fundamentam essa crença.
Antes de tudo, respondemos à uma objeção frequente: se os santos no Céu não são oniscientes nem onipresentes, como podem ficar a par dos pedidos que os fiéis lhes fazem, na Terra? É simples! Pensem a nossa cabeça: ela se comunica com todos os membros do nosso corpo, do contrário, não poderia comandá-los. Igualmente, Cristo (a cabeça da Igreja) se comunica com todos os membros de Seu Corpo Místico – os batizados – e em especial com aqueles que estão mais perfeitamente ligados a Ele, os santos.
Assim, os santos não tomam conhecimento de nossas súplicas por capacidade própria, mas sim por meio da onisciência e onipresença de Jesus Cristo, ao qual estão ligados. E assim são autorizados a saber tudo o que for necessário.
Os cristãos rezam uns pelos outros
No Antigo Testamento, a intercessão dos santos é explícita. Foi pela oração de Moisés que a mulher de Aarão livrou-se da lepra (Num 12, 10-15); foi pelo clamor de Elias que o filho da viúva de Sarepta ressuscitou (I Reis 17,19-24); foi pela intercessão de Jó que o Senhor perdoou Elifaz e seus companheiros (Jo 42,8).
Ora, não poderia a mulher de Aarão ter orado diretamente a Deus? Sim, poderia… Mas seu marido pediu a intercessão de Moisés. E não poderia a viúva ter pedido pela vida do filho diretamente a Deus? Sim! Mas entregou sua angústia ao profeta Elias. E quanto a Elifaz, teve que pedir a intercessão de Jó, do contrário, Deus não o atenderia. Você não acha isso certo? Então senta e chooooooora!
Agora, vamos ao Novo Testamento. São Paulo e São Tiago recomendam vivamente que intercedamos uns pelos outros junto a Deus:
“Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens…” (I Tim 2,1)
“Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá. Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A oração do justo tem grande eficácia.” (Tgo 5,14-16)
Está claro como cabelo depois de passar água oxigenada: os cristãos intercedem uns pelos outros. E mais: essa intercessão não cessa após a morte. No livro do Apocalipse, está dito que os santos mártires clamam a Deus para que o sangue que eles derramaram seja vingado (Apo 6,9-10). São João Evangelista também viu as almas daqueles que foram purificados pelo Sangue de Cristo, e eles ficam diante do trono de Deus, servindo-O dia e noite (Apo 7,15).
Ou seja, os santos falecidos não estão verdadeiramente mortos, mas estão alertas, conscientes, vivem e servem diante de Deus. Afinal, como disse Jesus, o Senhor “não é Deus dos mortos, mas dos vivos” (Mt 22,32).
Eis outra evidência bíblica: Macabeus descreve sua visão de Jeremias, já falecido, orando e intercedendo pelo povo judeu (II Mac 15,12-14). Só esse trecho das Escrituras basta pra mandar pro espaço a tese protestante de que os santos falecidos não intercedem por nós. O efeito é similar ao dos “mísseis Jericho” do Tony Stark! Boooooooommmmm!!!! Le-van-tou poeira! Poeiraaaaaaaaaa…
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Os santos realizam milagres
Nos Evangelhos e no livro dos Atos, vemos que os Apóstolos expulsam demônios e realizam curas, usando o nome de Jesus. E mesmo depois de mortos, os santos realizam milagres: um morto ressuscitou após seu corpo tocar nos ossos do falecido profeta Eliseu (II Reis 13, 20-21). Já falamos aqui no blog sobre a questão das relíquias (ver aqui).
Eu vos garanto: quem acredita em Mim fará as obras que Eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque Eu vou para o Pai.” (João 14,12)
É escandaloso que pobres homens, cuja carne um dia a terra há de comer, realizem milagres iguais aos de Jesus… ou ainda maiores do que os d’Ele! Acaso esses homens podem algo por si mesmos? É evidente que não, o poder é todo de Cristo! Os santos são somente mediadores, ou seja, Deus realiza POR MEIO (com a mediação) deles.
Todo cristão exerce um “sacerdócio régio”
O sacerdócio comum dos fiéis batizados – que é diverso do sacerdócio ministerial, exercido pelos padres e bispos – está atestado no primeiro livro de Pedro. A “raça eleita” exerce um “sacerdócio régio” (1 Pd 2,9), diz o Apóstolo.
Sim, bem sabemos que o Único Sacerdote é Jesus Cristo, pois só Ele ofereceu o sacrifício perfeito e definitivo pelos pecados dos homens. Mas, se todo povo de Deus é povo sacerdotal, então todos também tomam parte de um mesmo sacerdócio, o sacerdócio de Cristo.
A confissão dos pecados
Antes de subir aos Céus, Jesus vinculou o perdão dos pecados à mediação dos seus discípulos (Jo 20,22-23). Só quem eles perdoassem teriam os pecados perdoados; do contrário, nada feito! O Sacramento da Confissão, obviamente, não cessou com a morte desses primeiros ungidos, mas teve continuidade por meio de seus sucessores, os sacerdotes da Santa Igreja Católica.
São Tiago reafirma essa ordem: “Confessai os vossos pecados uns aos outros” (Tgo 5, 16). Durmam com essa, vocês que dizem que o único mediador é Jesus, sozinho, isolado dos membros do Seu Corpo! Temos que confessar nossas culpas a pecadores como nós, e não basta confessá-los diretamente a Deus. Precisamos de mediadores humanos, participantes da missão mediadora d’Aquele que é o único mediador: Jesus Cristo!
Depois de tudo o que expusemos aqui, ainda vai ter crente capaz de dizer que esses episódios de intercessão na Bíblia não têm nada a ver com mediação. Gente, protesta, mas não apela! Se podemos rezar diretamente a Deus, mas em vez disso pedimos que alguém interceda por nós, esse alguém está necessariamente mediando a nossa relação com Deus!
Mas, tem gente que é assim: vê que o troço tem pele de crocodilo e se comporta como um crocodilo, mas ainda assim insiste em dizer que aquilo não é um crocodilo, e sim um tronco…


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