Vocação

O tema da vocação ocupa toda a Sagrada Escritura. É preciso procurar algumas dimensões concretas como resultam dos textos bíblicos:

- A vocação nasce da liberdade: “Eis-me aqui!, envia-me!” (Is 6, 8).

- A vocação nasce no templo, isto é, no silêncio e na oração. Pascal escrevia: “Toda infelicidade dos homens deriva de uma só coisa: não saber permanecer em silêncio num quarto” (Pensamentos n. 139).

- A vocação também pode nascer no barulho das estradas, na vida cotidiana e nos seus problemas. Assim acontece com Pedro, Tiago e João. O riso e a lágrima, os contrários da vida, os seus dois extremos que abraçam cada outro instante da vida são o terreno no qual muitas vezes cai a semente do chamado.

- A vocação parte de Deus: “Quem enviarei?” (Is 6, 8); “Lançai as redes ao largo...” (Lc 5, 4). Existe, por isso, uma certeza, uma paz no chamado. O hino IX dos monges de Qumran soa assim: “Tu és um pai para os teus filhos fiéis; tu exultas sobre estes como uma mãe sobre o seu pequenino”. Pela graça de Deus, diz Paulo, sou aquele que sou.

- A vocação é missionária. “Seres pescadores de homens” (Lc 5, 10). Paulo recebe e transmite o anúncio pascal. Os dons não são para enterrar na terra.

- A vocação cristã é pascal, anuncia a salvação. Anunciamos a vida e a esperança. Deveriam ser bem mais verdadeiras para o cristão as palavras com que Abu Bakr, o sucessor de Maomé, anunciou a morte do profeta: “Se adorais Muhammad, ele está morto. Se adorais Deus, Deus é sempre vivo!”.

Pe. Pedro Alberto Kunrath

Pároco do Santuário Nossa Senhora da Paz.

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