Palavra de Deus é semente de eternidade para quem a ouve, diz Papa

Da Redação CN, com Rádio Vaticano

"A Palavra de Cristo é potente, contém um gérmen de eternidade que transforma os que a escutam e acolhem". Destacou o Papa Bento XVI no Ângelus deste domingo, 15, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Bento XVI recordou que estamos nas últimas duas semanas do Ano Litúrgico, e agradeceu ao Senhor a possibilidade de realizar, mais uma vez, este "caminho de fé – antigo e sempre novo – na grande família espiritual da Igreja".

“É um dom inestimável que nos permite viver na história o mistério de Cristo, acolhendo nos sulcos da nossa existência pessoal e comunitária a semente da Palavra de Deus, semente de eternidade que transforma a partir de dentro este mundo, abrindo-o ao Reino dos Céus”, enfatizou.

O Papa deteve-se então no Evangelho deste domingo, que apresenta uma parte do discurso de Jesus sobre o final dos tempos. Passagem que, segundo Bento XVI, impressiona por sua clareza sintética: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar”.

A Sagrada Escritura não conhece ambiguidade - explicou. Toda a criação é marcada pela finitude: céu (entendido em sentido cósmico) e terra indicam todo o universo.

Ao dizer que suas palavras não passarão, Jesus afirma que estão da parte de Deus e, por isso, são eternas. "Mesmo pronunciadas na concretude da sua existência terrena, são palavras proféticas por excelência", acrescentou o Pontífice.

Como na parábola em que Cristo, comparando-se ao semeador, explica que a semente é a sua palavra: “aqueles que a escutam, a acolhem e dão fruto fazem parte do Reino de Deus, isto é, vivem sob o seu senhorio. Permanecem no mundo, mas já não são do mundo; levam em si um gérmen de eternidade, um princípio de transformação que se manifesta já agora numa vida boa, animada pela caridade, e no final produzirá a ressurreição da carne. É esta a potência da Palavra de Cristo”.

Bento XVI concluiu recordando o “sinal vivo desta verdade” que é a Virgem Maria. “O seu coração foi terra boa que acolheu com plena disponibilidade a Palavra de Deus, de tal modo que toda a sua existência, transformada segundo a imagem do Filho, foi introduzida na eternidade, alma e corpo, antecipando a vocação eterna de cada ser humano”.

Após a oração do Ângelus, Bento XVI comentou na saudação em francês, que Jesus nos diz, no Evangelho de hoje, que é inútil interrogar-se sobre o final dos tempos e orientou: “Vivamos cada instante da nossa vida sob o olhar de Cristo. Fazendo-nos o dom da sua vida, ele tudo completou. É Ele a nossa esperança, porque dia a dia Ele introduz na eternidade a nossa história”.

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