Papa condena Teologia da Libertação e bispos repercutem

Leonardo Meira
Da Redação
CN

Em discurso dirigido aos bispos dos Regionais Sul 3 e 4 (RS-3 e RS-4) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Bento XVI condenou os "princípios enganadores da teologia da libertação" (TL).

Na tarde desta quarta-feira, 10, o noticias.cancaonova.com conversou, por telefone, com os presidentes dos Regionais. Os bispos brasileiros ainda estão em Roma (Itália) e destacam que os encontros com o Papa redobram o ardor no trabalho da evangelização.

"O Santo Padre destacou o abuso, em alguns setores da Igreja, daqueles que insistem em fazer uma análise do Evangelho a partir de elementos marxistas", analisa o presidente do RS-4 e arcebispo de Florianópolis (SC), Dom Murilo Krieger.

Já o presidente do RS-3 e bispo de Rio Grande (RS), Dom José Mário Stroher, complementa que "o discurso do Papa destaca a necessidade de uma evangelização legítima, que não se deixe levar por outras análises".

Bento XVI disse, no sábado, 5, que as sequelas da TL são "mais ou menos visíveis feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas".

A última visita ad Limina dos bispos brasileiros neste ano começou no dia 27 de novembro e acaba nesta quinta-feira, 10, com a visita aos Pontifícios Conselhos para a Unidade dos Cristãos e das Comunicações Sociais.

.: Ouça a entrevista com Dom José Mário
.: Ouça a entrevista com Dom Murilo Krieger


Destaque para ensino e formação religiosa

Das conversas e encontros com o Papa Bento XVI, os presidentes dos Regionais destacam que o Pontífice deu ênfase aos temas vinculados à formação dos seminaristas, acompanhamento do clero e ao ensino religioso.

"Nesse sentido, os padres e paróquias devem ser uma presença viva nas escolas, inclusive públicas, sempre respeitando a crença de cada aluno", explica o presidente do RS-3. O papel dessas instituições católicos seria crucial para a formação de uma cultura cristã.

Bento XVI ainda teria apontado a necessidade de fazer com que as dioceses permaneçam em estado contínuo de missão, despertando a consciência de que cada batizado deve ser missionário em seu próprio ambiente.

O sucessor de Pedro também teve atenção especial com as realidades concretas e desafios da Igreja no Brasil.

"O Papa nos acolheu como quem recebe um irmão e se mostrou preocupado com o relativismo e a secularização. Também incentivou o trabalho vocacional e a atenção aos jovens", complementa Dom Murilo.

O presidente do RS-4 explica que um desejo do episcopado brasileiro pode ser correspondido pelo Papa e a Cúria Romana.

"No Pontifício Conselho para os Leigos, ficamos com a impressão concreta de que a próxima Jornada Mundial da Juventude pode ser em nosso país", indica.

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