Papa ensina que liturgia é resposta de Deus ao homem

Leonardo Meira
Da Redação CN

Bento XVI pede que inculturação não se torne sinônimo de sincretismo religioso
O Papa recebeu em audiência os bispos do Regional Norte 2 da CNBB - que abrange os estados do Pará e Amapá - na manhã desta quinta-feira, 15.

Bento XVI explicou que o culto não pode nascer da fantasia humana, pois se tornaria uma espécie de grito na escuridão. "A verdadeira liturgia supõe que Deus responda e nos mostre como podemos adorá-Lo. [...] A Igreja vive dessa presença e tem como razão de ser e existir ampliar esta presença ao mundo inteiro", disse.
 
.: NA ÍNTEGRA: Discurso de Bento XVI aos Bispos do Regional Norte 2 da CNBB

O Papa disse que "se, na liturgia, não emergisse a figura de Cristo, que está no seu princípio e está realmente presente para a tornar válida, já não teríamos a liturgia cristã, toda dependente do Senhor e toda sustentada por sua presença criadora".

Nesse sentido, o Papa defendeu que estão muito distantes dessa compreensão todos os que, "em nome da inculturação, decaem no sincretismo, introduzindo ritos tomados de outras religiões ou particularismos culturais na celebração da Santa Missa!". Da mesma forma, disse que tais atitudes revelam uma "mentalidade incapaz de aceitar a possibilidade de uma real intervenção divina neste mundo em socorro do homem".

Eucaristia

Ao afirmar que a Eucaristia é o "coração da vida cristã, fonte e ápice da missão evangelizadora da Igreja", Bento XVI indicou que somente assim é possível entender a preocupação do Sucessor de Pedro "por tudo o que possa ofuscar o ponto mais original da fé católica: hoje, Jesus Cristo continua vivo e realmente presente na hóstia e no cálice consagrados".

O Santo Padre alertou para o perigo de que seja dada uma menor atenção ao culto do Santíssimo Sacramento, "indício e causa de escurecimento do sentido cristão do mistério, como sucede quando, na Santa Missa, já não aparece como proeminente e operante Jesus, mas uma comunidade atarefada com muitas coisas em vez de estar recolhida e deixar-se atrair para o Único necessário: o seu Senhor".

A atitude primária e essencial do fiel na celebração litúrgica não é o fazer, mas o escutar, receber, explicou o Pontífice, que agradeceu os relatórios diocesanos enviados pelos bispos: "Nada poderia alegrar-me mais do que saber-vos em Cristo e com Cristo, como testemunham os relatórios", afirmou.

Por fim, o Pontífice lembrou a proximidade do XVI CEN, desejando que Jesus Eucaristia "seja verdadeiramente o coração do Brasil, donde venha a força para todos homens e mulheres brasileiros se reconhecerem e ajudarem como irmãos, como membros do Cristo total. Quem quiser viver, tem onde viver, tem de que viver. Aproxime-se, creia, entre a fazer parte do Corpo de Cristo e será vivificado!"

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