Anúncio do Evangelho é um serviço que Igreja presta à humanidade

Da Redação CN, com Rádio Vaticano

 O Papa Bento XVI presidiu as primeiras Vésperas da solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, na tarde desta segunda-feira, 28, na Basílica de São Paulo fora de muros, em Roma. O Santo Padre acolheu com alegria e reconhecimento a delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, enviada pelo Patriarca Bartolomeu I, e guiada pelo Metropolita Ortodoxo de Sassina, Gennadios.

Em sua homilia, o Papa enfatizou a vocação missionária da Igreja, citando como exemplo o Apóstolo dos Gentios. Bento XVI recordou o compromisso missionário da Igreja com Paulo VI, no Concílio Vaticano II, sobre a evangelização do mundo contemporâneo.

"O empenho de anunciar o Evangelho aos homens de nosso tempo, animados pela esperança e muitas vezes atribulados pelo medo e angústia, é sem dúvidas um serviço feito não somente à comunidade cristã, mas também a toda a humanidade", destacou.

Bento XVI recordou também o Papa João Paulo II que representou em pessoa a natureza missionária da Igreja, com suas viagens apostólicas e com a insistência em seu Magistério sobre a urgência de uma "nova evangelização".

“Também o homem do terceiro milênio deseja uma vida autêntica e plena, precisa de verdade, de liberdade profunda, de amor gratuito. Também nos desertos do mundo secularizado, a alma do homem tem sede de Deus, do Deus vivo. Por isso João Paulo II escreveu: 'a missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu pleno cumprimento'. E acrescentou: 'uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão está ainda no começo, e que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço'”, exortou o Papa.

Bento XVI acrescentou que existem regiões do mundo que ainda esperam uma primeira evangelização, outras que a receberam, mas precisam de um trabalho mais aprofundado; outras ainda nas quais o Evangelho lançou raízes há muito tempo, dando lugar a uma tradição cristã, mas onde, nos últimos séculos, com dinâmicas complexas, o processo de secularização produziu uma grave crise do sentido da fé cristã e da pertença à Igreja.

"Hoje, repito diante do sepulcro de São Paulo: a Igreja é no mundo uma imensa força renovadora, não certamente por suas forças, mas pela força do Evangelho, no qual sopra o Espírito Santo de Deus, o Deus criador e redentor do mundo. Os desafios da época atual são certamente superiores às capacidades humanas: o são os desafios históricos e sociais, e com maior razão os espirituais", ressaltou.

Nesta perspectiva, Bento XVI anunciou a criação de um novo organismo, na forma de Pontifício Conselho, com a tarefa de promover uma renovada evangelização nos países onde já ressoou o primeiro anúncio da fé e buscar meios adequados para propor novamente a perene verdade do Evangelho de Cristo.

O Papa concluiu a homilia, recordando que o desafio da nova evangelização interpela a Igreja universal, e nos pede para que "sigamos com empenho a busca da plena unidade entre cristãos".

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