Sem sacerdotes não há Eucaristia

09:10 - 03/06/2010

Durante o Simpósio Teológico do I Congresso Eucarístico e Mariano de Lima (CEM 2010), que teve início na última terça-feira, 1º de junho, o Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Dom Antonio Cañizares Llovera, destacou no seu discurso que “sem sacerdotes não há Eucaristia e sem Eucaristia não há Igreja”; ao mesmo tempo advertiu que "renovar o sentido eucarístico é garantia de um futuro para a Igreja".
Diante de 2 mil participantes no evento organizado pela Arquidiocese de Lima no auditório do colégio San Agustín na capital peruana, o Cardeal recordou que a Eucaristia é fonte e ápice da vida de todo cristão e que “a Igreja é sacramento vivo e eficaz da união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” e que esta união “somente é possível pela participação do Corpo de Cristo. Isto acontece na Eucaristia”.
“Somente é possível a Eucaristia pelo sacerdócio. Por conseguinte, só com os sacerdotes existe Igreja”, advertiu.
“Nós sacerdotes – afirmou – somos necessários não para que funcione a Igreja ou para que esteja bem organizada ou para ensinar uma doutrina. Somos sacerdotes para que haja Eucaristia. Se não recuperarmos isto não haverá vocações. Assim colocamos o futuro em jogo”.
Do mesmo modo, o Cardeal Cañizares sublinhou a centralidade do sacrifício de Cristo na Eucaristia que em muitos lugares se viu “reduzido ao banquete, a celebração da comunidade, a uma lembrança, mas não ao sacrifício de Cristo que se entrega por nós na Cruz. Sem isto não entendemos nada da Eucaristia e não celebramos nada mais que a nós mesmos”.
“Secularizamo-nos e acreditamos que tudo era criatividade do homem. ‘O que importa é que seja atrativo. Não. O que importa é que o mistério seja reconhecido, que o mistério seja celebrado. Deve-se ter presente o direito de Deus. Deus nos diz como deve ser realizado o mistério, a celebração”, advertiu.
Por isso, depois de recordar o espírito de renovação eclesiástica que propôs o Concílio Vaticano II, o Cardeal ressaltou que em ordem de prioridades os padres conciliares propuseram a renovação litúrgica porque “não podemos entender a Gaudium et Spes se não sobre a base onde tudo se fundamenta: a Eucaristia”.
“Celebrar a Eucaristia é realizar a renovação da sociedade. Por isso, renovar o sentido eucarístico é garantia de um futuro para a Igreja. Aqui está o verdadeiro perigo para uma humanidade que não reconhece a Deus”.

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