Vivendo a terceira idade

Aprender a vivenciar as etapas de vida

"Se você acha que está velho demais para fazer o que gosta, esqueça. É nessa época que muita gente redescobre as coisas boas da vida" (TESSARI, O.).

Ao pensarmos no ciclo de vida de cada um de nós, chegamos às maravilhas de Deus em cada etapa de nossa existência e que viver bem cada fase é uma necessidade que temos.

Na terceira idade, fase que engloba pessoas a partir dos 60, sabemos que para a grande maioria a aposentadoria já chegou, que geralmente os filhos já estão encaminhados em suas vidas, com emprego e família estruturadas.

Quer dizer que já fiz tudo e pronto? Não! Temos uma etapa muito bonita da vida, olhando com outros olhos. Chegou a hora de curtir netos, filhos, esposa, aquela viagem para o lugar que você gosta de estar. Colecionar um determinado produto, fazer o que se gosta e manter a mente em funcionamento, tudo isso é segredo essencial para uma vida de qualidade.

Manter a mente ocupada é muito importante. É verdade aquele ditado que diz "Mente parada só pensa bobeira". Todos nós, independentemente da idade, precisamos de atividades que mantenham nosso cérebro ativo: ler um livro, um jornal, jogos que exercitem o pensamento, fazer palavras cruzadas, cuidar de si (saúde, aparência), alimentar-se de forma adequada e não nos esquecer dos cuidados médicos. Todo esse conjunto contribui para que as pessoas que já chegaram à terceira idade revisem seus hábitos e possam melhorá-los.

Esta sensação de “não ser mais útil”, na verdade, tem relação com o sentimento de não ser mais responsável pela guarda e cuidado dos filhos, ou ainda, de não ser mais o principal elemento a trazer o sustento financeiro para a família. Por ser uma fase representada como um processo contínuo de perdas, em que os indivíduos ficariam relegados a uma situação de abandono, de desprezo por conta da ausência de papéis sociais, muitos deles acabam criando uma crença negativa que acabamos assumindo como verdade e, a partir daí, permitindo que sentimentos negativos ou de menos valia, sejam cada vez mais destacados e assumidos como uma verdade pessoal.

Neste sentido, é importante que tenhamos outros objetivos de vida, além do trabalho e do cuidado dos filhos. Atividades culturais, religiosas, sociais, um grupo de amigos, ajudar as pessoas que precisam, ser voluntário ou descobrir um novo talento são várias possibilidades de se manter ativo e saudável e evitar um processo depressivo ou doenças oportunistas que nos atingem quando estamos mais tristes.

Aprender a vivenciar as etapas de vida faz com que tenhamos amor pela vida e pelo envelhecer, que é uma etapa da família, as quais, quando vivida com amor, não deixam possibilidades para depressão e apatia.

Vencer preconceitos com relação ao envelhecimento (vamos lembrar que a população mundial está envelhecendo) é necessário, pertinente e uma meta para cada um de nós que tem ou terá um idoso em sua convivência e vive ou viverá essa fase.

Bem como os jovens, o idoso deve manter viva a chama da vontade, do desejo de acreditar e que pode ousar. Talvez, não tenha mais a mesma mobilidade física ou a memória de um jovem – são algumas perdas que podem ser acarretadas com a idade - mas certamente, uma rica história de vida e de maturidade, que, por si só, já é uma grande aliada da vida de cada idoso.

Que cada um de nós possa assumir também a realidade da terceira idade e quebrar com tantos preconceitos e dificuldades ainda existentes em nosso papel de cristãos, cidadãos e seres humanos!


Elaine Ribeiro

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