Beatificação de JPII terá cobertura total pela Canção Nova

Rodrigo Luiz
Artigo publicado na Revista do Clube da Evangelização (Canção Nova)



Agora sim, os fieis católicos podem incluir, de maneira oficial, o nome de João Paulo II na ladainha dos beatos reconhecidos pela Igreja Católica Apostólica Romana.

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.: Página especial da beatificação de JPII


A beatificação do primeiro Papa polonês, Karol Wojtyla,acontecerá em 1º de maio na Praça São Pedro, no Vaticano, e será presidida pelo sucessor e amigo, Sua Santidade o Papa Bento XVI, às 10h (horário local). No Brasil, o evento será transmitido, ao vivo, pelo Sistema Canção Nova de Comunicação a partir das 5h (horário de Brasília). Para a celebração são esperados dois milhões e meio de pessoas do mundo inteiro. Depois da Missa, a urna com os restos mortais de João Paulo II ficará exposta em frente ao altar central da Basílica de São Pedro para que todos os fieis tenham a oportunidade de visitá-lo.

A multidão presente na Praça São Pedro no dia do funeral de João Paulo II, em 8 de abril de 2005, informalmente o aclamou santo súbito
Apesar do Vaticano ter regras rígidas para dar início ao processo de canonização, que podem levar vários anos para ser concluído, Josef Ratzinger, concedeu uma autorização especial. Ele permitiu a abertura imediata da causa de Karol Wojtyla em 2005, reconhecendo-o como Servo de Deus.

O funeral de João Paulo II, realizado entre os dias 2 e 8 de abril de 2005, tornou-se num dos maiores eventos midiáticos da história e contou com a presença de diversos líderes mundiais e jornalistas do mundo todo. Três milhões de pessoas participaram de seu funeral, em Roma, e um número quase incontável acompanhou as celebrações pela cobertura dos meios de comunicação. O Sistema Canção Nova de Comunicação estava lá com uma forte equipe de missionários. Dentre os profissionais, estava o fundador da Canção Nova, monsenhor Jonas Abib. "Foi a maior cobertura realizada por nós. Estávamos todos em sintonia e o nosso público pôde acompanhar tudo”, lembra o sacerdote sobre a cobertura do funeral e do conclave que elegeu o Papa Bento XVI.
Foram momentos inesquecíveis para todos que acompanharam o funeral do Papa João Paulo II, pessoas de muitas culturas e religiões diferentes, mas que aprenderam a amá-lo ou respeitá-lo por seu carisma e liderança indiscutíveis. Monsenhor Jonas recorda que esteve próximo à urna de João Paulo II no dia do funeral. “Todas as pessoas tinham que passar rapidinho para rezar diante do corpo dele. Eu me coloquei num lugar à distância, mas como podia ver bem a urna, ajoelhei ali mesmo e fiquei bastante tempo rezando. Tive a sensação de ter ficado muito tempo diante do corpo de João Paulo II. Foi uma graça para mim”, relata.
Beatificação
O processo de beatificação foi conduzido pelo sacerdote polonês, Slawomir Oder, e inclui pesquisas de escritos, entrevistas com pessoas que o conheceram mais de perto e testemunhos de milagres alcançados pela intercessão do novo beato. A beatificação do Pontífice representará a mais rápida beatificação da atualidade, superando por poucos meses a de Madre Teresa de Calcutá, falecida em 1997 e beatificada em 2003.

Entre os inúmeros relatos enviados a padre Oder, um foi o escolhido. Trata-se da religiosa francesa, Marie Simon-Pierre. A freira de 49 anos foi curada do mal de Parkinson graças à intercessão do Santo Padre. O milagre, um passo determinante nesse processo, foi reconhecido em 2010 por uma comissão liderada pelo médico particular de Bento XVI, Patrizio Polisca.

João Paulo II chega aos altares. Ele destacou-se ao longo de seu pontificado pela “produção” de santos. Ao todo, foram proclamados 1338 beatos e canonizados 482 santos. Números que, somados, superam as beatificações e canonizações realizadas desde o século XV. Aliás, a exortação “o Brasil precisa de santos... muitos santos” feita pelo Papa em Florianópolis (SC), no dia 18 de outubro de 1991, foi um dos discursos que mais repercutiram no país após sua vista.

O convite de João Paulo II ecoou na maior nação católica do mundo. E como toda semente lançada em terra boa, deu fruto. Dezesseis anos depois, em 2007, o Papa Bento XVI veio ao Brasil e declarou Antônio de Sant’Ana Galvão como primeiro santo nascido em nosso país. A partir de então, outros testemunhos de fidelidade à fé cristã e amor ao próximo foram elevados à honra dos altares. Destaque para a baiana, Irmã Dulce. Conhecida como “Anjo Bom da Bahia”, a beatificação da religiosa que dedicou sua vida aos pobres tem data e local marcados: 22 de maio em Salvador (BA).

Com seu forte apelo à santidade e reconhecido como patrono da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) deste ano, a ser realizada em agosto em Madri, na Espanha, João Paulo II continua a arrastar multidões. Em 1984, João Paulo II entregou aos jovens a cruz do Jubileu. “Vos confio a Cruz de Cristo! Levem-na pelo mundo todo, como sinal de amor do Senhor Jesus à humanidade e anunciem a todos que somente em Cristo morto e ressuscitado existe a salvação e redenção”, exortou na ocasião.

João Paulo II destacou-se por inúmeros motivos, o que torna difícil escolher um aspecto de sua vida para elencar como mais importante. Considerado um “Papa Magno”, por ter permanecido quase 27 anos como sucessor da cátedra de São Pedro, seu pontificado é o terceiro mais longo da história.

O Papa peregrino levou a Palavra de Deus e a mensagem de paz do cristianismo a 129 países. Seu carisma conquistou multidões por onde passou. Diante do seu caixão, pessoas poderosas se ajoelharam em respeito ao seu testemunho de que no mundo “não devem ser construídos muros para dividir, mas pontes para unir”. Sinal externo dessa crença é a avaliação feita por analistas políticos que consideram João Paulo II como um dos maiores responsáveis pelo fim do comunismo no Leste Europeu e, consequentemente, a queda do Muro de Berlim.
Influência na Canção Nova
João Paulo II também influenciou de forma marcante a Canção Nova. É ele quem dá nome a fundação mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação criada no início da década de 1980. “É uma confirmação da proteção para nós, que somos Fundação João Paulo II”, diz o fundador da Canção Nova. Ainda de acordo com monsenhor Jonas, o fato de Karol Wojtyla ser “o papa dos jovens” também confirma a missão da Canção Nova e de seus membros. “A Canção Nova é, toda ela, permeada pela juventude. Sendo assim, podemos multiplicar esse serviço a muitíssimas pessoas”, reconheceu padre Jonas.

O Papa que atraiu multidões por onde passou está agora mais perto de cada pessoa. A partir da beatificação, seu processo caminhará para a canonização. Para que ele seja declarado santo, é necessário um novo milagre. “Agora, convido os fiéis a rezarem e a levarem a conhecimento do postulador todos os casos que podem ser atribuídos à intercessão de João Paulo II”, pediu o postulador da causa, padre Slawomir Oder.


Sendo reconhecido beato, santo, Papa ou simplesmente “João de Deus” pelos brasileiros. Lá do Céu, o Papa João Paulo II continuará a abençoar um número incontável de gente que o ama. Sua lembrança sempre vai despertar saudades nos corações. “A Benção João de Deus, nosso povo te abraça...”.

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