Homilia do Padre Fernando Cardoso - 12 de dezembro de 2011

Quando, certa vez, Jesus usou de violência e expulsou os vendilhões do Templo, as autoridades enviaram-Lhe embaixadores a perguntar-Lhe: “Com que autoridade fazes estas coisas?” Jesus respondeu: “Também Eu vos farei uma pergunta: O batismo de João era dos homens ou de Deus?” A pergunta de Jesus colocou-os em embaraço. “Se dissermos que era dos homens tememos a multidão” - pois a multidão considerava João um Profeta. “Se dissermos que era de Deus, receberemos terrível censura, porque não nos fizemos batizar também”. João Batista foi deveras uma figura incômoda. Foi um asceta, viveu no deserto, deve ter-se entregado a múltiplas penitências e a jejuns constantes. Sob este aspecto, é mais admirável do que propriamente imitável.

Gostaria de chamar a atenção, hoje, para um aspecto deste Evangelho que não nos pode passar despercebido. Quando uma pessoa não se encontra interiormente disposta a aderir a Deus, de todo o coração e com humildade, quaisquer escusas são suficientes para desviá-la daquilo que verdadeiramente conta. João Batista não fora capaz de atrair as autoridades por sua vida ascética. Jesus - que frequentava a todos sem distinção e comia e bebia na companhia de pecadores - também não agradará às autoridades. O primeiro era muito distante, o segundo foi taxado de comilão e beberrão. Quando não desejamos assumir claramente a vontade de Deus, encontramos mil álibis ou desculpas para deixar tal coisa para depois ou então, simplesmente, abandonar algo que não julgamos importante na nossa vida.

Quais os álibis que, eventualmente, terá você interposto à vontade de Deus?

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