Homilias e dizeres do Pe. Fernando Cardoso - 25 de fevereiro de 2012

Neste início de Quaresma, quem de nós nunca ouviu falar na parábola Lucana do filho pródigo? O texto de Isaias, da primeira leitura de hoje, se bem interpretado, leva-nos à palavra conversão, mudança radical de atitudes que desagradam a Deus, em busca de uma vida que Lhe agrade em tudo; em nossas ações e em nosso coração.

A parábola Lucana a que me referi há pouco, do filho pródigo, fala-nos de uma país longínquo, para onde se dirigiu aquele filho ingrato. Quem de nós nunca fez a experiência de estar vivendo, ou ter vivido por anos, em um país distante, em um país longínquo, longe de nossa pátria? Fora da parábola, fora da metáfora, quem nunca fez a experiência de ter vivido uma vida inautêntica, uma vida de desastres? Sim, país longínquo, vida feita de inspirações puramente humanas, nada inspiradas por Deus, que depois, sistematicamente, transformavam-se em decepções.

País em que teimávamos em construir um monumento a nosso próprio nome, para nossa própria vaidade e depois, vendo-o ruir, também sistematicamente, diante de nossos olhos incrédulos, por ser um monumento que não tinha, ou não levava como intenção intrínseca, a glória de Deus, mas simplesmente nosso prazer ou nosso capricho.

Pois bem, quem já viveu estas experiências, quem já sentiu-se neste desterro, quem já se sentiu no coração das trevas, e vivendo a vida inautêntica, é chamado, neste início de Quaresma, a converter-se de todo coração para Deus, a voltar-se para Deus, a voltar-se para uma vida autêntica, uma vida evangélica, deixando de lado seu auto exílio, deixando de lado seu desterro e agora, com experiências amargas já experimentadas, quem sabe por graça de Deus, convencidos de que nunca deveríamos ter deixado o coração de nosso Pai.

Vivemos por anos, ou por tempo bastante largo, este tipo de existência; agora é hora de voltarmos para aquilo que Deus sonhou para nós, voltarmos para os planos que Deus, de toda a eternidade, teve com relação a nós e que, na teimosia e em nosso capricho, em nossa visão curta das coisas de nossa própria vida, abandonamos, para seguir nossos próprios instintos, levando-nos a construir nossa própria ruína.

Caríssimos irmãos e caríssimas irmãs, ouçamos a Palavra de Deus. É tempo de conversão. Deixemos de lado o que não Lhe agrada e busquemos, de coração, o que Lhe apraz, porque ali está nossa realização. Nossa realização está em irmos de encontro com os planos de Deus, porque nossos planos só encontramos dentro dos planos de Deus.

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