Jéssica Marçal
Da Redação CN
Não são raras as manifestações da devoção a Nossa Senhora. No Brasil e em todo o mundo, fiéis recorrem a Santa Mãe de Deus, em especial quando precisam alcançar alguma graça, pedindo sua intercessão junto a Cristo. Essa intercessão da Virgem Maria será tema do VI Congresso Mariológico, que começa nesta sexta-feira, 23, em Aparecida (SP).
Mas até que ponto vai a intercessão de Maria? O diretor da Academia Marial, padre Antônio Clayton Sant’Anna, explicou que Jesus é o único mediador e Nossa Senhora exerce um papel maternal subordinado.
“Ela não é a intercessora essencial, ela o é enquanto essa figura, esse papel. Essa função de Nossa Senhora, na obra de Cristo, foi conhecida e, aos poucos, sendo adotada, assimilada, compreendida pelas comunidades cristãs do início da Igreja. Ela [Maria] não tem poder nenhum por si mesma, ela tem poder subordinado conforme a missão que Deus lhe pediu e ela se dispôs a aceitar”, explicou.
Padre Antônio ressaltou, no entanto, que a figura de Nossa Senhora é inseparável da redenção de Jesus. “Esses fundamentos teológicos e pastorais da intercessão de Nossa Senhora estão presentes no Evangelho, portanto, têm uma fonte bíblica, eles estão presentes também na tradição”.
O sacerdote destacou que existe um grupo interessado no diálogo ecumênico e, com isso, a Santíssima Virgem está sendo mais reconhecida. De acordo com ele, Maria, além de ser honrada como a Mãe do Filho de Deus, também é modelo de discípula e de mulher de fé. “O que foi Abraão para o povo eleito, Maria o é para o novo povo, para a Igreja”, exemplificou.
A intercessão de Maria, de fato, existe?
Quando indagado sobre as provas que ratificam o poder intercessor de Nossa Senhora junto a Jesus Cristo, O diretor da Academia Marial enfatizou que não existem provas concretas, mas sim fontes elucidativas e interpretações.
“Não existe prova por ‘A+B’. A intercessão de Maria não é um dogma, como a presença de Cristo na Eucaristia, ela não precisou ser definida como dogma, ela entrou na vivência da fé cristã". Na crença católica, o sacerdote citou quatro aspectos que provam essa intercessão. São eles:
- Passagem bíblica que retrata o episódio das Bodas de Caná (cf. Jo 2, 1-11). “Para nossa interpretação, é uma prova. Maria intercedeu a Jesus e Ele adiantou a sua hora. Então, por que isso está lá no Evangelho?”, disse o padre.
- Ave Maria. “O anjo que diz ‘Ave Maria’ (cf. Lc 1, 28), extasiado com a graça de Nossa Senhora. Para nós é uma prova”, comentou.
- A narrativa da encarnação (cf. Lc 1, 26-38).
- A passagem bíblica que retrata Nossa Senhora junto à cruz. "'Mulher, eis aí teu filho. Filho, eis aí Tua mãe'. Ele a levou para casa (cf. Jo 19, 26-27). Essa é uma prova escriturística para nós no pensamento católico, cristão, do papel de Maria", destacou o sacerdote.
Importância do congresso
Diante da crença católica na intercessão de Maria desde os primórdios da Igreja, padre Antônio acredita que o congresso vá ajudar as pessoas a refletirem sobre como e até que ponto esse poder intercessor existe no projeto de Deus. “É necessário cultivar a mariologia, o estudo de Maria, para descobrirmos cada vez mais sobre ela”, frisou.
O diretor da Academia Marial também comentou que, quanto mais se aprofundou na Igreja o pensamento a respeito da redenção de Jesus, tanto mais, ao mesmo tempo, se aprofundou a questão mariana, o papel da Santíssima Virgem Maria junto a esse pensamento e vice-versa.
"Há um teólogo que afirma: 'Não é Maria que explica o mistério de Cristo, é Cristo que explica o mistério de Maria'. Então essas reflexões são para nós não provas propriamente ditas, mas fontes elucidativas disso que nós queremos quando dizemos 'rogai por nós, Santa Mãe de Deus'", finalizou.
Da Redação CN
'A figura, a pessoa, o papel de Nossa senhora é inseparável da redenção de Jesus', diz padre Antônio |
Mas até que ponto vai a intercessão de Maria? O diretor da Academia Marial, padre Antônio Clayton Sant’Anna, explicou que Jesus é o único mediador e Nossa Senhora exerce um papel maternal subordinado.
“Ela não é a intercessora essencial, ela o é enquanto essa figura, esse papel. Essa função de Nossa Senhora, na obra de Cristo, foi conhecida e, aos poucos, sendo adotada, assimilada, compreendida pelas comunidades cristãs do início da Igreja. Ela [Maria] não tem poder nenhum por si mesma, ela tem poder subordinado conforme a missão que Deus lhe pediu e ela se dispôs a aceitar”, explicou.
Padre Antônio ressaltou, no entanto, que a figura de Nossa Senhora é inseparável da redenção de Jesus. “Esses fundamentos teológicos e pastorais da intercessão de Nossa Senhora estão presentes no Evangelho, portanto, têm uma fonte bíblica, eles estão presentes também na tradição”.
O sacerdote destacou que existe um grupo interessado no diálogo ecumênico e, com isso, a Santíssima Virgem está sendo mais reconhecida. De acordo com ele, Maria, além de ser honrada como a Mãe do Filho de Deus, também é modelo de discípula e de mulher de fé. “O que foi Abraão para o povo eleito, Maria o é para o novo povo, para a Igreja”, exemplificou.
A intercessão de Maria, de fato, existe?
Quando indagado sobre as provas que ratificam o poder intercessor de Nossa Senhora junto a Jesus Cristo, O diretor da Academia Marial enfatizou que não existem provas concretas, mas sim fontes elucidativas e interpretações.
“Não existe prova por ‘A+B’. A intercessão de Maria não é um dogma, como a presença de Cristo na Eucaristia, ela não precisou ser definida como dogma, ela entrou na vivência da fé cristã". Na crença católica, o sacerdote citou quatro aspectos que provam essa intercessão. São eles:
- Passagem bíblica que retrata o episódio das Bodas de Caná (cf. Jo 2, 1-11). “Para nossa interpretação, é uma prova. Maria intercedeu a Jesus e Ele adiantou a sua hora. Então, por que isso está lá no Evangelho?”, disse o padre.
- Ave Maria. “O anjo que diz ‘Ave Maria’ (cf. Lc 1, 28), extasiado com a graça de Nossa Senhora. Para nós é uma prova”, comentou.
- A narrativa da encarnação (cf. Lc 1, 26-38).
- A passagem bíblica que retrata Nossa Senhora junto à cruz. "'Mulher, eis aí teu filho. Filho, eis aí Tua mãe'. Ele a levou para casa (cf. Jo 19, 26-27). Essa é uma prova escriturística para nós no pensamento católico, cristão, do papel de Maria", destacou o sacerdote.
Importância do congresso
Diante da crença católica na intercessão de Maria desde os primórdios da Igreja, padre Antônio acredita que o congresso vá ajudar as pessoas a refletirem sobre como e até que ponto esse poder intercessor existe no projeto de Deus. “É necessário cultivar a mariologia, o estudo de Maria, para descobrirmos cada vez mais sobre ela”, frisou.
O diretor da Academia Marial também comentou que, quanto mais se aprofundou na Igreja o pensamento a respeito da redenção de Jesus, tanto mais, ao mesmo tempo, se aprofundou a questão mariana, o papel da Santíssima Virgem Maria junto a esse pensamento e vice-versa.
"Há um teólogo que afirma: 'Não é Maria que explica o mistério de Cristo, é Cristo que explica o mistério de Maria'. Então essas reflexões são para nós não provas propriamente ditas, mas fontes elucidativas disso que nós queremos quando dizemos 'rogai por nós, Santa Mãe de Deus'", finalizou.
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