A Liturgia de hoje nos convida a
celebrar
a COMPAIXÃO do Bom Pastor, ao
conduzir o seu rebanho..
Na 1a Leitura,
Jeremias denuncia os governantes do seu tempo,
maus pastores que deixaram o rebanho
perecer.
E anuncia que um dia Deus mesmo
será o Pastor do seu povo. (Jr 23,1-6)
A 2ª Leitura nos afirma
que Jesus derrubou todas as barreiras
que separavam os homens e os
reuniu num só povo, num só rebanho (Ef 2,13-18)
O Evangelho revela
quem é o Pastor prometido: Jesus de Nazaré. (Mc 6, 30-34)
O texto nos apresenta DUAS
CENAS
Jesus acolhe os Discípulos e
acolhe o Povo.
1) Jesus é PASTOR DE SEUS DISCÍPULOS:
Na volta da missão, do seu
"estágio pastoral",
os Apóstolos reúnem-se com Jesus como
ovelhas ao redor do Pastor
e contam com alegria e entusiasmo
as maravilhas realizadas...
- Cristo escuta-os com interesse
e, depois, mostra-lhes a necessidade
de uma parada para o descanso e
para uma interiorização.
Por isso, convida-os a um lugar
deserto.
Jesus é para os discípulos Mestre
e Pastor..
O texto é uma Catequese sobre o
discipulado. Jesus forma seus discípulos:
- Envolve os discípulos na missão
e leva ao um lugar mais tranqüilo
para poder descansar e fazer uma revisão.
Preocupa-se do seu alimento e do seu descanso,
porque a obra da missão era tal que não havia tempo para comer.
- Indica que anunciar a Boa Nova
de Jesus não é só uma questão de doutrina,
mas antes de acolhida, de bondade, de ternura, de disponibilidade,
de revelação do amor do Pai.
* O Agente de Pastoral
também muitas vezes se sente cansado e
precisa do aconchego e da ternura do Bom Pastor.
Precisa de DESERTO, de silêncio e de oração, para avaliar as motivações
de sua atividade. Caso contrário, torna-se um funcionário do sagrado,
que não mostra ao mundo o rosto compassivo do Pai.
Jesus desaprova o ativismo exagerado que destrói as forças
do corpo e do espírito e leva, muitas vezes, a perder o sentido da
Missão.
- Quais os Inimigos do nosso tempo de Deserto?
(o trabalho... atividades sociais e
religiosas... a política?...)
- Quais as conseqüências?
Esquecemos o cultivo pessoal... a família
(filhos, esposa, marido),
os amigos (solidão)... a religião...
2) Jesus é PASTOR DO POVO SOFREDOR.
- O Povo cansado e oprimido busca
em Jesus acolhida e proteção.
- E Jesus: "teve compaixão...": "pareciam ovelhas sem pastor..."
Renunciou ao breve descanso programado: "E voltou a ensinar..."
Jesus é o Pastor do seu povo,
sobretudo porque o alimenta
com a sua palavra e o nutre com o
evangelho da esperança.
* Esse traço da personalidade de
Jesus
é um desfio para a Igreja e os
seus ministros,
para que não sejam burocratas do
sagrado,
mas irradiadores da compaixão do
Pai diante das multidões,
que ainda hoje continuam como
"ovelhas sem pastor".
A vida moderna é um corre-corre,
para cumprir nossos compromissos
e conseguir o nosso sustento.
Quase nem dispomos de tempo para
nossas refeições,
geralmente feitas às pressas e
longe dos familiares.
Precisamos também de
"deserto"... de parar...
+ Quem são os Pastores hoje?
Pastores são todas as pessoas que têm responsabilidades
na família, na escola, na catequese, nas pastorais, na
sociedade...
Todos somos chamados a reproduzir em nós os traços de Jesus,
o bom Pastor…
Jesus tem compaixão e acolhe as pessoas,
revelando o amor e a misericórdia de Deus;
O Bom Pastor conhece pelo nome, escuta... conduz para
Cristo, para Deus.
- A Igreja,
deve oferecer a tantas pessoas cansadas e oprimidas,
que
parecem ovelhas sem pastor, um espaço de repouso e de paz,
através
da experiência da oração profunda e da liturgia viva.
Ao mesmo
tempo, à imagem de Cristo, deve agir
com
misericórdia e compaixão diante da miséria humana.
à Quais as atividades exageradas que nos impedem
momentos de deserto:
Para nós... para a família... para os
amigos... para a comunidade?
à Quem são as ovelhas sem Pastor?
A esposa, o marido, os filhos, os
catequizandos, os alunos...
à Que significa concretamente para nós hoje: "ter compaixão"?
Jeremias dizia aos homens do seu
tempo:
"Ai dos pastores que deixam o rebanho se perder..."
A palavra de Jeremias é válida
para todos os tempos
e também para nós, pois é a
palavra do próprio Deus.
- Um dia preferimos ouvir: "Ai dos pastores que deixaram o rebanho
morrer?"
ou felizes os pastores que salvaram o meu rebanho?
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa
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