Indulgências: Padre Paulo explica o que são e quais seus efeitos


André Luiz
Da Redação

"A absolvição sacramental livra a pessoa do inferno e a indulgência livra a pessoa do purgatório", explica o sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá, padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.
Segundo ele, o perdão dos pecados não resolve o problema das doenças espirituais do homem, portanto, as indulgências são necessárias para que os efeitos do pecado, ainda no coração humano, sejam curados. 

"A indulgência é a Igreja que vem em socorro do fiel que faz penitência para, como mãe, aliviá-la," explica Padre Paulo Ricardo.
























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As indulgências são uma realidade antiga na Igreja Católica. E no decorrer dos anos, foram motivo de questionamentos para muitos, como também foram, para os que creem, um meio de rezar pelos falecidos e buscar a remissão dos pecados.

Em entrevista à equipe do noticias.cancaonova.com, padre Paulo traz uma definição simples e clara sobre a realidade das indulgências. O sacerdote também explica como elas surgiram na Igreja, qual seu objetivo e o que fazer para obtê-las.
noticias.cancaonova.com De forma prática e simples, como o senhor definiria as indulgências?
Padre Paulo - Para que as pessoas entendam o que é indulgência é necessário entender antes o que é pena temporal. Quando vamos nos confessar o sacerdote perdoa a pena eterna. Por causa dos nossos pecados, nós merecemos o inferno, então, o sacerdote perdoa os nossos pecados e com isso nós seremos salvos. 
Mas, ao mesmo tempo, o pecado tornou o nosso coração pior, nosso coração não está pronto para entrar no céu. Se eu me confessar e morrer imediatamente após a confissão, eu estou salvo, mas não estou santo. Por que ainda não amo a Deus de todo o coração, de toda alma e todo o entendimento. Então, a pessoa que morre nesta situação vai para o purgatório e, ali, purifica-se.
A indulgência é a remissão deste tempo do purgatório. A absolvição sacramental livra a pessoa do inferno e a indulgência livra a pessoa do purgatório. 
noticias.cancaonova.com - Como surgiram as indulgências na Igreja?
Padre Paulo - No início do Cristianismo, quando as pessoas iam recorrer ao Sacramento da Reconciliação, a ordem das coisas era diferente como nos tempos de hoje. Atualmente, nós vamos ao padre, ele nos dá o perdão dos pecados e passa uma penitência para cumprirmos depois da confissão. No início da Igreja, era diferente: a pessoa confessava os seus pecados, o padre passava a penitência e, então, a pessoa ficava cumprindo aquela penitência durante vários meses e, às vezes, longos anos para que, finalmente, fosse perdoada. 
Acontece que nesta época, havia a perseguição da Igreja e também havia vários mártires. Então, os cristãos que estavam aprisionados e que iam morrer condenados à morte pelos perseguidores do Império Romano, muitas vezes, escreviam cartas aos bispos dizendo: "senhor bispo, eu vou morrer e a minha morte será uma penitência. Use esta minha penitência para remir as penas, para perdoar a penitência de outra pessoa". 
Eram mártires que se ofereciam para cumprir penitência no lugar daquelas pessoas. A origem da indulgência consiste nisso: sabermos que somos um só corpo. E sendo um só corpo enquanto Igreja, a penitência, o martírio de alguns, pode servir para compensar a penitência de outros. Na verdade, essa história de amor está na raiz do surgimento das indulgências. 
noticias.cancaonova.com - A questão das indulgências é uma prática antiga na Igreja e sofreu algumas incompreensões em certos momentos da história. A que se deve a visão negativa que muitos tiveram com relação às indulgências?
Padre Paulo - Deve-se principalmente à reação de Lutero àquilo que era a prática das indulgências na Alemanha, na época da reforma protestante. A Igreja acredita que essas penitências que o fiel faz, podem realmente remir a pena do purgatório. Seja do próprio fiel, sejam das almas que estão no purgatório.

Entre essas várias práticas penitencial, existe a esmola. Acontece que na época da Alemanha, do tempo de Lutero, havia alguns pregadores que estavam abusando da prática da esmola. Havia na realidade uma espécie de venda das indulgências, ou seja, as pessoas recebiam a indulgência gratuitamente, mas a obra penitencial exigida delas era uma esmola. Então, isso fazia parecer que os pregadores estavam vendendo a indulgência. Lutero se revoltou contra isso e a partir da sua reação houve a revolta protestante. 
noticias.cancaonova.com - Por que é necessário buscar as indulgências mesmo após ter recebido o Sacramento da Reconciliação?
Padre Paulo - Por que o perdão dos pecados não resolve o problema das nossas doenças espirituais, ou seja, uma vez que nós formos perdoados, nós precisamos ainda assim fazer práticas penitenciais. Por que é a penitência que irá, aos poucos, tornar o nosso coração um coração melhor. A indulgência é a Igreja que vem em socorro do fiel que faz penitência para, como mãe, aliviá-la. 
noticias.cancaonova.com - Qual a diferença entre a indulgência plenária e a parcial?
Padre Paulo - Indulgência plenária, o próprio nome diz, ela redime totalmente a pena que a pessoa teria que cumprir no purgatório. Enquanto a parcial, redime só em partes. A plenária é totalmente eficaz e definitiva para as pessoas mortas. Por exemplo, se eu tenho um parente que faleceu e cumpro uma obra indulgenciada, essa pessoa então, estaria liberta de todo o tempo do seu purgatório. 
noticias.cancaonova.com - A Igreja ensina que para obter as indulgências o fiel precisa estar em estado de graça. O vem a ser este estado? 
Padre Paulo - É um estado de amizade com Deus em que a pessoa não só recebeu o perdão dos pecados, mas também está disposta a abandonar qualquer tipo de pecado, até mesmo o venial. 
noticias.cancaonova.com - Quais as outras condições para se obter indulgências? Quem pode e quem não pode recebê-las?
Padre Paulo - As indulgências plenárias, geralmente, consistem em uma obra que é indulgenciada e mais outras três condições: confissão, comunhão e oração pelo Santo Padre, o Papa. Estas três condições básicas sempre acompanham as obras que são indulgências plenárias.

A pessoa, para receber a indulgência, precisa ter condição para cumprir as obras. Se uma pessoa está em estado de pecado, numa situação irregular e não pode se confessar, logo, é evidente que ela não pode receber indulgência.
noticias.cancaonova.com - Quais as obras que, cumpridas, oferecem indulgência aos fiéis? 
Padre Paulo - As obras podem ser: uma visita a um cemitério, uma Igreja, a um santuário; fazer uma peregrinação, dentre outras práticas. Mas, neste Ano da Fé, o Santo Padre indulgenciou o fato de as pessoas estudarem o Catecismo da Igreja Católica ou os documentos do Concílio Vaticano II.

Então, se as pessoas que, durante esse Ano da Fé, estudarem o Catecismo num certo tempo ou lerem piedosamente os documentos do Vaticano II, elas podem, fazendo aquelas três condições básicas de confissão, comunhão e oração pelo Papa, receber indulgências plenárias.

Comentários

já é hora de VOLTAR AO EVANGELHO, ler a bíblia para saber a vontade de Deus e não os ensinos humanos. Um pecador NÃO pode perdoar outro pecador. Somente Jesus pode perdoar pecados.
para não seguirmos a Deus da maneira que achamos que é certo, Deus deixou um manual, sim, a Bíblia, a SUA PALAVRA, para que todos possam obedecer a Deus da maneira que ELE QUER, e não na maneira que mais achamos conveniente. E é baseado na bíblia que SOMENTE JESUS PODE SALVAR.
aceitar Jesus verdadeiramente, se arrepender, é totalmente suficiente para ser salvo, e enquanto tiver vida aqui na terra, se santificar=seguir os passos de Jesus.
o único que nos livra do inferno é Jesus, isso é o diz a biblia.
nenhum papa tem autoridada dada por Deus para tirar os pecados, pois o proprio para, um ser humano que tem pecados e precisa se arrepender, precisa de Jesus. Deus não divide a glória DELE nem o poder DELE de tirar os pecados para outras pessoas.
a propria maria quando teve a noticia que teria Jesus ficou impressionada pois ela disse; eu serei mae do meu proprio salvador! ela sabia que precisava de Jesus pra perdoar os pecados dela, é só ler a bíblia pra saber.
LER E PRATICAR A BÍBLIA! se fizermos isso, estaremos obedecendo a Deus!
João Paulo Radd disse…
Voltar ao evangelho? Vamos lá... Jesus em João 20, 22-23 diz aos apóstolos:
Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.

Dando assim ao sacerdote poder para tal.
E sobre a autoridade do papa, vamos as palavras de Jesus, dirigidas ao primeiro papa e pastor da Igreja em Mateus 16, 19:
Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
Ou seja, aquele quem Deus escolhe para apascentar as ovelhas (João 21, 15-17) lhe dá o poder pelo Espirito Santo de decidir o que é melhor para Seu povo.

Ninguém disse que Deus divide a glória e poder dEle, mas quer que participamos dEle para nos gloriarmos através dEle. "Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." (São Mateus 18, 20)Em nome de Jesus grandes coisas são feitas. Vocês protestantes me lembram os apóstolos quando disseram: "Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu nome, e lho proibimos." E o Senhor responde hoje também a vocês: "Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim." (São Marcos 9, 39)

Sobre Maria, leia a anunciação do anjo: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo"(Lc 1, 28)...Como poderia alguém cheio da graça estar em pecado? Maria desde o princípio foi escolhida por Deus para nascer sem pecado, a mesma se conservou na retidão e pode receber o Espirito Santo, como mostra os outros versículos osteriores, tudo porque não possuia pecado. Não foi qualquer uma, foi a "Bendita entre as mulheres..."(Lc 1, 42). Caso sua bíblia não estiver escrito "cheia de graça" que veio do grego keharitouméne, que significa "graça" na sua forma extrema, retirado da versão bíblica mais antiga da terra (séc. III), saiba que é melhor trocar de bíblia, pois a sua não possui a tradução fiel

Saiba que os Católicos Leem, Conhecem realmente e Praticam a bíblia.

Não esqueça também que a bíblia não é a única fonte de informação da salvação, já que a própria bíblia diz: "Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever."(Jo 21, 25) Logo, muitos ensinamentos não tão escritos e foram passados ao longo de séculos por tradição, como a indulgência, mas que não possuem desacordo com a Palavra. Indulgência na bíblia? Não foi Cristo que instituiu na prática a indulgência, mas deixou a pista para os apóstolos. Veja o link:

http://sabercatolico.blogspot.com.br/2013/07/indulgencia-perdoa-pecado-nao-entenda-o.html

Suemmey, Paz e Bem irmã.
Moderador João Paulo Radd