“Missa negra” em Oklahoma revolta e mobiliza cristãos ao redor do mundo

Sob o pretexto de uma falsa “liberdade religiosa”, os adoradores de Satanás estão ganhando até espaço público para realizar as suas cerimônias macabras. Como fomos capazes, enquanto sociedade, de chegar a esse ponto?


Os cristãos do estado norte-americano de Oklahoma estão revoltados.
No próximo dia 15 de agosto, será realizada, em um espaço público da cidade de Oklahoma, capital do estado, mais uma cerimônia satânica. Trata-se de uma "missa negra", seguida de um ritual a que o grupo satânico Dakhma of Angra Mainyu Syndicate deu o nome de "consunção de Maria". A palavra "consunção", para quem não sabe, vem do verbo "consumir". O evento blasfemo tem a clara intenção de escarnecer, portanto, da solenidade que os católicos celebram nesse mesmo dia 15: a Assunção de Nossa Senhora.
O nome do grupo que organiza o evento revela bem a sua identidade: misturando elementos do zoroastrismo, a estranha expressão poderia ser traduzida como "Torre do Silêncio do Conselho de Arimã", sendo Arimã uma divindade pagã persa representativa das trevas.
Foi usando justamente o disfarce de uma "religião" — eles se denominam uma "igreja" — que os satanistas de Oklahoma conseguiram da administração local a permissão para realizarem seus rituais macabros no interior do teatro Civic Center Music Hall. Os dados do evento estão inclusive no site do centro artístico na Internet e qualquer um pode comprar bilhetes para tomar parte no (que eles chamam de) show.
Como não fosse suficiente, esta não é exatamente a primeira vez que algo do tipo acontece na cidade de Oklahoma. Em setembro de 2014, o mesmo grupo satânico realizou uma "missa negra", no mesmo local e novamente com o apoio do governo. Uma reportagem feita à época explica que o rito seria adaptado "para atender às leis", de acordo com o líder do bando, Adam Daniels. Ele disse — aos mais sensíveis, recomendamos que pulem o negrito — que, quando conduz a mesma cerimônia privadamente, esta envolve elementos como "sexo, urina e nudez".
O propósito de uma "missa negra", segundo Daniels, é "desprogramar das pessoas a influência da Igreja e do Cristianismo". Para tanto, eles usam alguns livros de ocultismo, músicas de rock (o rito de 2014, por exemplo, começava com músicas de uma banda local) e "exorcismos ao contrário" a fim de "expulsar o Espírito Santo de uma pessoa". Cerimônias assim também estão quase sempre vinculadas a profanações eucarísticas: pessoas que roubam as espécies consagradas durante a celebração de uma verdadeira Missa para realizar sacrilégios. O próprio Adam Daniels, protagonista do fato que agora reportamos, tinha sido processado em 2014 pela Arquidiocese de Oklahoma, por manter em sua posse uma Hóstia consagrada.
Na mesma ocasião, ainda há dois anos, um padre exorcista da diocese de Tulsa, a 170 quilômetros da capital, diagnosticou com precisão o que estava por trás do crescimento da atividade demoníaca não só nos Estados Unidos, mas no mundo de forma geral. Em entrevista, o sacerdote atribuía o fenômeno à nossa "sociedade cada vez mais secularizada, que se voltou para tabuleiros de ouija, bruxarias, astrologia, adivinhação e outras práticas ocultas", todas as quais "abrem as portas para o demoníaco".
"Há muito disso agora", ele disse. "À medida que as pessoas vão deixando de ir à igreja, essas coisas vão acontecendo."
Palavras simples as desse padre, mas de um profundo conhecimento da alma humana. Embora os ateus e secularistas se recusem a admitir, o ser humano é essencial e inevitavelmente religioso. Ao virem o esvaziamento geral das igrejas cristãs e o desenvolvimento frenético da ciência e da tecnologia, foram muitos os autointitulados "especialistas" que "profetizaram" a extinção próxima de todas as religiões. Eles acreditavam que era questão de poucas décadas (talvez anos) para que todo o mundo se tornasse ateu ou avesso a qualquer forma de religião. Hoje, no entanto, diante da ameaça islâmica, até quem não acredita em Deus está começando a repensar suas previsões.
O quadro do mundo hoje não deixa dúvidas: os "profetas" do materialismo falharam miseravelmente. Os homens não deixarão jamais de se ajoelharem diante de Deus.
O grande problema é quando os seres humanos começam a adorar deuses falsos — e é esse o drama que vive não só Oklahoma, mas o mundo inteiro. Quando "as pessoas vão deixando de ir à igreja, essas coisas vão acontecendo". Quando os indivíduos, as famílias, as empresas e os Estados deixam de adorar o verdadeiro Deus, deuses novos vão surgindo e sendo postos em seu lugar. Hoje, em Oklahoma, o que legitima o satanismo às claras é a cantilena da falsa "liberdade religiosa". Porque, afinal, se todas as religiões são boas e estão no mesmo nível, como o homem moderno adora repetir, seria "injusto" e até "discriminatório" não dar espaço também aos satanistas. Se, como dizem, não há bem nem mal, cada um decide o que é bom para si e o quer fazer de sua vida, tudo é relativo — menos, é claro, o dogma da liberdade irrestrita e irrefreável, que é absoluto —, por que não conceder aos adoradores do diabo um espaço para suas cerimônias?
Por essas e outras, é urgente que redescubramos o verdadeiro sentido da expressão "liberdade religiosa", tal como a Igreja sempre a entendeu e fez questão de repetir no Concílio Vaticano II: longe de significar uma autorização para que os seres humanos cultuem o que lhes der na telha — ideia contrária ao direito divino, de onde provém toda e qualquer lei autêntica —, ser livre nessa matéria significa que "todos os homens devem estar livres de coação, quer por parte dos indivíduos, quer dos grupos sociais ou qualquer autoridade humana" [1]. Os seres humanos "de nenhuma maneira devem ser forçados a crer, já que crer é ato da vontade" [2], como ensina Santo Tomás.
"Por sua parte", todavia — advertem os mesmos padres conciliares —, "todos os homens têm o dever de buscar a verdade, sobretudo no que diz respeito a Deus e à sua Igreja e, uma vez conhecida, de a abraçar e guardar". Com isso, permanece íntegra "a doutrina católica tradicional acerca do dever moral que os homens e as sociedades têm para com a verdadeira religião e a única Igreja de Cristo" [3].
Ouçamos, ainda a esse respeito, o que ensina o Papa Leão XIII em sua imortal encíclica "sobre a constituição cristã dos Estados":
"A liberdade, esse elemento de perfeição para o homem, deve aplicar-se ao que é verdadeiro e ao que é bom. Ora, a essência do bem e da verdade não pode mudar à vontade do homem, mas persiste sempre a mesma, e não menos imutável que a própria natureza das coisas. Se a inteligência adere a opiniões falsas, se a vontade escolhe o mal e a ele se apega, nem uma nem outra atinge sua perfeição, ambas decaem da sua dignidade nativa e corrompem-se. Não é, pois, permitido publicar e expor aos olhos dos homens o que é contrário à virtude e à verdade, e muito menos ainda pôr essa licença sob a tutela e proteção das leis. Não há senão um caminho para chegar ao céu, para o qual todos nós tendemos: é a vida exemplar. O Estado afasta-se, pois, das regras e prescrições da natureza se favorece a licença das opiniões e das ações culposas a ponto de se poderem impunemente desviar os espíritos da verdade e as almas da virtude." [4]
Essas palavras talvez soem um pouco "autoritárias" para o homem contemporâneo, acostumado às liberdades irrestritas de todo gênero. Esse argumento, porém, é o único coerente para barrar o culto público do mal, da feiúra e da mentira, que é o satanismo. Enquanto não voltarmos a entender, como o homem medieval compreendia, que a liberdade tem as suas balizas, continuaremos a resvalar cada vez mais para o abismo — se é que já não chegamos ao fundo dele.
Pensemos sinceramente nisso e unamo-nos em oração, desagravo e ação efetiva aos cristãos de Oklahoma, que estão organizando uma petição eletrônica para impedir esse tremendo ultraje de acontecer. O abaixo-assinado será endereçado, antes do dia 15, ao centro de eventos de Oklahoma, bem como às autoridades locais. A petição é de autoria da TFP dos Estados Unidos e pode ser assinada aqui.
Das ciladas do demônio,
livrai-nos, Senhor!
Por Equipe Christo Nihil Praeponere 

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