OS MISTÉRIOS DOLOROSOS



1. “Chegaram a uma propriedade chamada Getsêmani. Jesus disse aos discípulos: ‘Sentai-vos aqui, enquanto eu vou orar’. Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a sentir pavor e angústia. Jesus, então, lhes disse: ‘Sinto uma tristeza mortal! Ficai aqui e vigiai’!” (Marcos 14, 32-34).
No primeiro Mistério Doloroso contemplamos a Oração e a Agonia de Jesus no
Horto das Oliveiras.
Chegou a hora! É a hora para a qual Jesus veio ao mundo (cf. Jo 12,20-36). Hora de tristeza e de alegria, de dor e de júbilo, de morte e ressurreição. É a hora do Mistério Pascal, a hora de Jesus! No Getsêmani Jesus sente já o impacto do que está para acontecer e estremece por isto. Mas, totalmente submisso aos desígnios do Pai, assume mais uma vez a sua missão: “...: ‘Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, seja feita a tua vontade!’” (Mateus 26,42).

2. “Pilatos, então, mandou açoitar Jesus” (João 19,1).
No segundo Mistério Doloroso contemplamos a Flagelação de Jesus. Como custou a
Jesus a Sua fidelidade ao Pai! Suas carnes sagradas foram dilaceradas pelos flagelos romanos. Também assim o Senhor nos ensina a mortificação dos sentidos, necessária na luta contra o pecado. Jesus, na flagelação, foi reduzido a uma só chaga. E, como diz o Profeta Isaías, “..., com os seus ferimentos veio a cura para nós” (Isaías 53,5b).

3. “Depois trançaram uma coroa de espinhos, puseram-na em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita” (Mateus 27,29a).
No terceiro Mistério Doloroso contemplamos Jesus coroado de espinhos.
Jesus é o Rei do Universo. Mas, por amor de todos aceitou ser coroado de espinhos e escarnecido pelos soldados do governador Pilatos. Ele nos ensina a humildade e a paciência. Contemplemos o rosto doloroso do Senhor. Ele “...: Não fazia vista, nem tinha beleza a atrair o olhar, não tinha aparência que agradasse” (Isaías 53,2).

4. “Carregando a sua cruz, Ele saiu para o lugar chamado Calvário (em hebraico: Gólgota)” (João 19,17).
No quarto Mistério Doloroso contemplamos Jesus carregando a cruz até o Calvário. Jesus carregou-nos a todos na sua cruz e, sobre ela morreu para expiar os nossos pecados. Ele também foi claro ao apresentar condições para o seu seguimento: “...: ‘Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me! Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; mas quem perder sua vida por causa de mim e do Evangelho, a salvará’” (Marcos 8,34-35).

5. “Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali crucificaram Jesus (...) e Jesus deu um forte grito: ‘Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito’. Dizendo isto, expirou” (Lucas 23,33-46).
No quinto Mistério Doloroso contemplamos a Cruxifixão e Morte de Nosso Senhor. “...: ‘Está consumado!’” (João 19,30a). Jesus levou a cabo a obra que o Pai lhe confiou. Pela sua Santa Cruz o mundo foi remido e as Portas do Céu foram abertas. Cabe a nós, com o auxílio da Graça de Deus, atravessá-las. Jesus, da sua parte, já nos garantiu a Salvação. Diz a Escritura: “Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hebreus 5,9).

6. “O Rosário escolhe alguns momentos da Paixão, induzindo o orante a fixar neles o olhar do coração e a revivê-los.
(...) Nesse desprezo (de Jesus na Paixão), revela-se não somente o amor de Deus, mas o próprio sentido do homem. Ecce homo: quem quiser conhecer o homem deve saber reconhecer o seu sentido, a sua raiz e o seu cumprimento em Cristo, Deus que se rebaixa por amor ‘até a morte, e morte de cruz’ (Fl 2,8). Os mistérios da dor levam o crente a reviver a morte de Jesus pondo-se aos pés da cruz junto de Maria, para com Ela penetrar no abismo do amor de Deus pelo homem e sentir toda a sua força regeneradora” (Da Carta Apostólica “Rosarium Virginis Mariae”, do Papa João Paulo II, n° 22 – Disponível em www.vatican.va).



Padre Denis Silva

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