Sementes de Fé - A ASCENSÃO DO SENHOR - 21/05/2020

Bom dia amados. HOJE, PASSADOS 40 DIAS APÓS A PÁSCOA, A SANTA IGREJA EM TODO MUNDO CELEBRA A ASCENSÃO DO SENHOR. PORÉM POR LICENÇA DA SANTA SÊ O BRASIL CELEBRARÁ NO 7º DOMINGO DA PÁSCOA. Rezemos o AS LAUDES DESTA QUINTA- FEIRA DA 6º SEMANA DA PÁSCOA pedindo a graça de voltar o nosso olhar o céu, hoje, no domingo e sempre. CONFIANDO NO DEUS QUE ESTÁ NO CÉU COM SEU FILHO E SUA MÃE QUE QUE NUNCA NOS ABANDONOU. Rezemos👇



Concluída a nossa Oração das LAUDES, que Deus pela intercessão de Maria, nos conceda a graça de termos o nosso OLHAR CONFIANTE SEMPRE VOLTADO PARA O CÉU, VIVERMOS COMO ESCOLHIDOS E POR DEUS CONSTRUIRMOS A NOVA VIDA. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. 👇CANTO DE MEDITAÇÃO



REFLEXÃO DO DIA👇

Dos Sermões de São Leão Magno, papa
(Sermo 2deAscensione,1-4: PL 54, 397-399)
(Séc.V)
A ascensão do Senhor aumenta a nossa fé
Assim como na solenidade pascal a ressurreição do Senhor foi para nós motivo de grande júbilo, agora também a sua ascensão aos céus nos enche de imensa alegria. Pois recordamos e celebramos aquele dia em que a humildade da nossa natureza foi exaltada, em Cristo, acima de toda a milícia celeste, sobre todas as hierarquias dos anjos, para além da sublimidade de todas as potestades, e associada ao trono de Deus Pai. Toda a vida cristã se funda e se eleva sobre uma série admirável de ações divinas, pelas quais a graça de Deus nos manifesta sabiamente todos os seus prodígios. De tal modo isto acontece que, embora se trate de mistérios que escapam à capacidade humana de compreensão e que inspiram um profundo temor reverencial, nem assim vacile a fé, esmoreça a esperança ou esfrie a caridade.
Nisto consiste, efetivamente, o vigor das grandes almas e a luz dos corações fiéis: crer, sem hesitação, naquilo que não se vê com os olhos do corpo, e fixar o desejo onde a vista não pode chegar. Como poderia nascer esta piedade, ou como poderíamos ser justificados pela fé, se a nossa salvação consistisse apenas naquilo que nos é dado ver?
Na verdade, tudo o que na vida de nosso Redentor era visível passou para os ritos sacramentais; e para que a nossa fé fosse mais firme e autêntica, à visão sucedeu a doutrina, em cuja autoridade se devem apoiar os corações dos que crêem, iluminados pela luz celeste.
Esta fé, aumentada com a ascensão do Senhor e fortalecida com o dom do Espírito Santo, nem os grilhões nem os cárceres nem os exílios nem a fome nem o fogo nem as dilacerações das feras nem os tormentos inventados pela crueldade dos perseguidores jamais puderam atemorizá-la. Em defesa desta fé, através de todo o mundo, homens e mulheres, meninos de tenra idade e moças na flor da juventude combateram até ao derramamento do sangue. Esta fé expulsou os demônios, afastou as doenças, ressuscitou os mortos.
Os santos apóstolos, apesar dos milagres contemplados e dos ensinamentos recebidos, ainda se atemorizavam perante as atrocidades da paixão do Senhor e hesitavam ante a notícia de sua ressurreição. Porém, com a ascensão do Senhor progrediram tanto que tudo quanto antes era motivo de temor, se converteu em motivo de alegria. Toda a contemplação do seu espírito se concentrava na divindade daquele que estava sentado à direita do Pai; agora, sem a presença visível do seu corpo, podiam compreender claramente, com os olhos do espírito, que aquele que ao descer à terra não tinha deixado o Pai, também não abandonou os discípulos ao subir para o céu.
A partir de então, caríssimos filhos, o Filho do homem deu-se a conhecer de modo mais sagrado e profundo como Filho de Deus. Ao ser acolhido na glória da majestade do Pai começou, de um modo novo e inefável, a estar mais presente no meio de nós pela divindade quando sua humanidade visível se ocultou de nós.
Por conseguinte, a nossa fé começou a adquirir um maior e progressivo conhecimento da igualdade do Filho com o Pai, e a não mais necessitar da presença palpável da substância corpórea de Cristo, pela qual ele é inferior ao Pai. Pois, subsistindo a natureza do corpo glorificado, a fé dos que crêem é atraída para lá, onde o Filho Unigênito, igual ao Pai, poderá ser tocado não mais pela mão carnal, mas pela contemplação do espírito.

REFLEXÃO DE ONTEMDO PAPA FRANCISCO SOBRE O SALMO 8👇

Leitura do Salmo 8: "Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista, vendo a lua e estrelas brilhantes, perguntamos: Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho? Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo universo. Palavra do Senhor.

PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL

Biblioteca do Palácio Apostólico
Quarta-feira, 20 de maio de 2020

Catequese: O mistério da Criação

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Prossigamos a catequese sobre a oração, meditando sobre o mistério da Criação. A vida, o simples fato de existirmos, abre o coração do homem à oração.

A primeira página da Bíblia se assemelha a um grande hino de ação de graças. A história da Criação é ritmada por refrões, onde vem continuamente reafirmada a bondade e a beleza de todas as coisas que existem. Deus, com a sua palavra, chama a vida, e todas as coisas acessam a existência. Com a palavra, separa a luz das trevas, alterna o dia e a noite, alterna as estações, abre uma paleta de cores com a variedade de plantas e de animais. Nesta floresta transbordante que rapidamente derrota o caos, por último aparece o homem. E essa aparição provoca um excesso de exultação que amplifica a satisfação e a alegria: "Deus viu quanto havia feito, e eis, era coisa muito boa" (Gn 1,31). Coisa boa, mas também bela: se vê a beleza de todo a Criação!

A beleza e o mistério da Criação geram no coração do homem o primeiro movimento que suscita a oração (cf. Catecismo da Igreja Católica, 2566 - http://www.vatican.va/archive/ccc_it/documents/2663cat669-752.PDF). Assim recita o Salmo oitavo, que escutamos no início: "Quando vejo os vossos céus, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que vós fixastes, o que é o homem para que dele vos recordeis, o filho do homem, para que dele cuideis?" (vv. 4-5). O orante contempla o mistério da existência em torno a si, vê o céu estrelado que o sobrepõe - e que a astrofísica nos mostra hoje em toda a sua imensidão - e se pergunta qual desígnio de amor deve estar por trás de uma obra tão poderosa!... E, nesta ilimitada vastidão, o que é o homem? "Quase um nada", diz um outro Salmo (cf. 89,48): um ser que nasce, um ser que morre, uma criatura fragilíssima. No entanto, em todo o universo, o ser humano é a única criatura consciente de tanta profusão de beleza. Um ser pequeno que nasce, morre, hoje existe e amanhã não existe, é o único consciente dessa beleza. Nós somos conscientes dessa beleza!

A oração do homem é estreitamente ligada com o sentimento de estupor. A grandeza do homem é infinitesimal se comparada à dimensão do universo. As suas maiores conquistas parecem bem pouca coisa... Mas o homem não é nada. Na oração, se afirma prepotente um sentimento de misericórdia. Nada existe por acaso: o segredo do universo está em um olhar benevolente que alguém cruza em nossos olhos. O Salmo afirma que somos feitos pouco menos que um Deus, de glória e de honra somos coroados (cf. 8,6). A relação com Deus é a grandeza do homem: a sua entronização. Por natureza, somos quase nada, pequenos, mas por vocação, por chamado somos os filhos do grande Rei!

É uma experiência que muitos de nós fizemos. Se a questão da vida, com todas as suas amarguras, arrisca às vezes sufocar em nós o dom da oração, basta a contemplação de um céu estrelado, de um pôr do sol, de uma flor..., para reacender a centelha do agradecimento. Essa experiência é talvez a base da primeira página da Bíblia.

Quando redige o grande relato bíblico da Criação, o povo de Israel não está atravessando seus dias felizes. Um poder inimigo havia ocupado a terra; muitos foram deportados, e agora se encontravam escravos na Mesopotâmia. Não havia mais pátria, nem templo, nem vida social e religiosa, nada.

No entanto, precisamente partindo da grande história da Criação, alguém começa a encontrar motivos de agradecimento, para louvar Deus pela existência. A oração é a primeira força da esperança. Você ora e a esperança cresce, vai avante. Eu diria que a oração abre a porta à esperança. A esperança existe, mas com a minha oração abro a porta. Porque os homens de oração custodiam as verdades basilares; são eles que repetem, antes de tudo para si mesmos e depois para todos os outros, que esta vida, não obstante todas as suas fadigas e as suas provas, não obstante os seus dias difíceis, é cheia de uma graça pela qual maravilhar-se. E, como tal, deve sempre ser defendida e protegida.

Os homens e mulheres que oram sabem que a esperança é mais forte que o desencorajamento. Creem que o amor é mais poderoso que a morte, e que de certo um dia triunfará, mesmo se em tempos e modos que nós não conhecemos. Os homens e as mulheres de oração portam refletidos em seus rostos reflexos de luz: porque, mesmo nos dias mais sombrios, o sol não para de iluminá-los. A oração te ilumina: te ilumina a alma, te ilumina o coração e te ilumina o rosto. Mesmo nos tempos mais sombrios, mesmo nos tempos de maior dor.

Todos somos portadores de alegria. Já pensou nisso? Que você é um portador de alegria? Ou você prefere trazer notícias más, coisas que entristecem? Todos somos capazes de trazer alegria. Esta vida é o dom que Deus nos fez: e é muito breve para consumi-la na tristeza, na amargura. Louvemos a Deus, contentes simplesmente por existir. Olhemos o universo, olhemos as belezas e olhemos também as nossas cruzes e digamos: "Mas, vós existis, vós nos fizestes assim, para vós". É necessário sentir a inquietação do coração que leva a agradecer e a louvar a Deus. Somos os filhos do grande Rei, do Criador, capazes de ler a sua assinatura em toda a criação; aquela criação que hoje nós não custodiamos, mas nessa criação há a assinatura de Deus que a fez por amor. O Senhor nos faça compreender sempre mais profundamente isso e nos leve a dizer "obrigado": e aquele "obrigado" é uma bela oração.

Saudações

Queridos fiéis de língua portuguesa, de coração saúdo a todos, com votos de que brilhe sempre nos vossos corações a luz de Jesus ressuscitado. Neste «Mês de Maria», procuremos rezar o terço todos os dias, aprendendo de Nossa Senhora a ter um olhar contemplativo diante de todos os acontecimentos da nossa vida. Que Deus vos abençoe!

Dirijo um pensamento especial aos idosos, aos jovens, aos doentes e aos recém-casados. Jesus Cristo, ascendendo ao céu, deixa uma mensagem e um programa para toda a Igreja: "Ide e ensinai todas as nações... ensinando-as a observar tudo que vos ordenei" (Mt 28,19-20). Façam conhecer a palavra de salvação de Cristo, e testemunhem-na na vida cotidiana, seja o vosso ideal e o vosso empenho. A todos vós a minha benção!

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