Sementes de Fé - O Espírito da Celebração Eucarística

 

O Espírito da Celebração Eucarística
Mons. Antônio José de Moraes
Na homilia não se fala por falar. Além de saber “o que
dizer e “a quem dizer, é importante preparar o “como
dizer”. Vale o que se diz, e vale muito o como se diz.
Escrevia Santo Agostinho, em suas Confissões, recordando
a sua audição das pregações de Santo Ambósio de Milão:
“Suas palavras me prendiam a atenção. Mas, o conteúdo não me
preocupava, até o desprezava. Eu me encantava com a suavidade
de seu modo de discursar (...). Não me esforçava em aprender os
temas que ele expunha, mas somente ouvir como ele os dizia. (...)
JjJunto com as palavras que me agradavam, chegavam-me também
ao espírito os ensinamentos que desprezava. Não me era possível
separar as duas coisas: enquanto abria o coração às palavras
eloquentes, entrava também, pouco à pouco, a verdade que ele
pregava” (13 e 14).
Na obra, “Jesus, filho do homem”, de Kahlil Gibran, conta
um sapateiro de Jerusalém: “eu o escutava, não para ouvir
os seus discursos, mas pelo som de sua voz. O que dizia
me era incompreensível, mas a música das suas palavras,
esta sim, eu entendia”.
Entretanto, nada poderá suprir a ação do Espírito Santo.

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele
me consagrou com a unção para anunciar a Boa
Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a
libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da
vista; para libertar os oprimidos e para proclamar
um ano da graça do Senhor.” (Lc 4,18-19)

No evangelho de hoje, Jesus entra na sinagoga de
Nazaré e lê o rolo do livro do profeta Isaías onde
diz a seu respeito. O povo fica bastante assustado
quando Jesus fala que o texto se refere a ele
mesmo. Irmãos, Deus se faz próximo de nós em
Jesus! Se o escutamos, é ao próprio Deus que
ouvimos. Se acolhemos sua palavra de vida, acolhemos Deus no meio de nós.




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