Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68
Quarta-feira, dia 14 de Outubro de 2009
Quarta-feira da 28ª semana do Tempo Comum
Hoje a Igreja celebra : São Calisto I, papa, mártir, +222, S. João Ogilvie, presbítero, mártir, +1615
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As Máximas dos Padres do Deserto : «Ai de vós, também, doutores da Lei, porque carregais os homens com fardos insuportáveis»
Carta aos Romanos 2,1-11.
Por isso, não tens desculpa tu, ó homem, quem quer que sejas, que te armas em juiz. É que, ao julgares o outro, a ti próprio te condenas, por praticares as mesmas coisas, tu que te armas em juiz. Ora nós sabemos que o julgamento de Deus se guia pela verdade contra aqueles que praticam tais acções. Cuidas, então tu, ó homem que julgas os que praticam tais acções e fazes o mesmo que escaparás ao julgamento de Deus? Ou não estarás tu a desprezar as riquezas da sua bondade, paciência e generosidade, ao ignorares que a bondade de Deus te convida à conversão? Afinal, com a tua dureza e o teu coração impenitente, estás a acumular ira sobre ti, para o dia da ira e do justo julgamento de Deus, que retribuirá a cada um conforme as suas obras: para aqueles que, ao perseverarem na prática do bem, procuram a glória, a honra e a incorruptibilidade, será a vida eterna; para aqueles que, por rebeldia, são indóceis à verdade e dóceis à injustiça, será ira e indignação. Tribulação e angústia para todo o ser humano que pratica o mal, primeiro judeu e depois grego! Glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, primeiro para o judeu e depois para o grego! É que em Deus não existe acepção de pessoas. A Lei não garante a salvação
Evangelho segundo S. Lucas 11,42-46.
Mas ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as plantas e descurais a justiça e o amor de Deus! Estas eram as coisas que devíeis praticar, sem omitir aquelas. Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e de ser cumprimentados nas praças! Ai de vós, porque sois como os túmulos, que não se vêem e sobre os quais as pessoas passam sem se aperceberem!» Um doutor da Lei tomou a palavra e disse-lhe: «Mestre, falando assim, também nos insultas a nós.» Mas Ele respondeu: «Ai de vós, também, doutores da Lei, porque carregais os homens com fardos insuportáveis e nem sequer com um dedo tocais nesses fardos!
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
As Máximas dos Padres do Deserto (séculos IV e V)
Collection systématique, cap. 9 (a partir da trad. de SC 387, pp. 427ss.)
Um irmão que tinha pecado foi expulso da igreja pelo sacerdote; e o abba Bessarion levantou-se e saiu com ele, dizendo: «Eu também sou pecador» [...]
Certa vez, em Scété, um irmão cometeu uma falta. Convocou-se um conselho para o qual chamaram o abba Moisés, mas este recusou-se a comparecer. Então o padre mandou-lhe dizer: «Vem, porque toda a gente está à tua espera». Ele levantou-se, pegou numa cesta rota, encheu-a de areia, colocou-a aos ombros e foi assim. Os outros, que saíram ao seu encontro, perguntaram-lhe: «Que é isso, pai?» O ancião respondeu: «Os meus pecados vão-se derramando atrás de mim e eu nem consigo vê-los; e, no entanto, vim aqui hoje julgar os pecados de outrem». Ouvindo isto, não disseram nada ao irmão, mas perdoaram-lhe.
O abba Joseph perguntou ao abba Poemen: «Diz-me o que devo fazer para me tornar monge». O ancião respondeu: «Se queres encontrar repouso aqui e no mundo que há-de vir, repete continuamente: «Quem sou eu?» E não julgues ninguém».
Um irmão perguntou ao mesmo abba Poemen: «Se eu vir um pecado do meu irmão, será correcto ocultá-lo?» O ancião respondeu-lhe: «Enquanto escondermos os pecados dos nossos irmãos, também Deus esconde os nossos; a partir do momento em que manifestamos as faltas dos irmãos, Deus manifesta também as nossas».
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