Dom Orani João Tempesta, Arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro
Rádio Vaticano
Neste domingo, 5, Solenidade da Ascensão do Senhor, celebramos o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Lançamos oficialmente neste final de Semana o 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação que acontecerá no Rio de Janeiro de 17 a 22 de julho próximos, precedido do 1º Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil.
Nesta mesma semana estaremos celebrando a Novena em preparação a Pentecostes e a Semana de Orações pela unidade dos cristãos. Sem dúvida que tudo isso tem muito a ver também com a comunicação entre nós.
O Dia Mundial das Comunicações, único criado pelo Concílio Vaticano II, afigura-se como um convite direcionado, indistintamente, a todos nós para refletirmos e agirmos com compromisso cristão e ético nas fronteiras da Comunicação Social – patrimônio da humanidade que ganha, no mundo de hoje, contornos nunca antes imaginados, que se modificam em velocidade estonteante, em escalas exponenciais.
Como de costume, a cada ano temos a feliz oportunidade de aprofundar um tema em voga que contribua para avaliarmos as mudanças, os cenários, promessas e desafios que a comunicação, sobremaneira em sua feição tecnológica, provoca. O tema que o Papa Bento XVI escolheu para 2011 não poderia ser mais prolífico e adequado aos nossos tempos: “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”. O assunto que esse tema enseja possui o frescor da atualidade e exorta a todos a restituir a verdade e autenticidade no anúncio da Boa-Nova.
Para tanto, a missão de cada um de nós é, antes de tudo, reafirmar a essência das mídias, antigas e novas, recuperando as sábias palavras do Papa Pio XII: “[...] os maravilhosos progressos técnicos, de que se gloriam nossos tempos, sem dúvida, são fruto do engenho e do trabalho humano”, a fim de que cada cristão e cada cristã possa fazer do universo da comunicação social um espaço autêntico de propagação da Verdade que é Jesus Cristo.
Não podemos nos abster de cumprir essa tarefa no momento em que os artefatos tecnológicos ocupam posição central e abarcam todos os domínios da atividade humana. É necessário que coloquemos em funcionamento operadores éticos, que coíbam abusos e favoreçam a emancipação humana nesse terreno.
As observações do Santo Padre, o Papa Bento XVI, na mensagem para o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais, não deixam margem à dúvida no que se refere à importância da comunicação em nossas vidas: “Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a Revolução Industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais.
As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante a uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.”
A realidade construída pela comunicação digital é irreversível, como sabemos, fazendo surgir uma cultura nova, afetando, em larga medida, os relacionamentos. A propósito, é aos relacionamentos que o Papa Bento XVI dedica parte significativa de sua bela mensagem. Num contexto em que as informações e o conhecimento são permutados intensivamente, em que as fronteiras entre emissor e receptor de mensagens são diluídas, é necessário que tenhamos consciência do nosso papel e das consequências dos nossos atos. Os intercâmbios no espaço digital não devem se oferecer apenas para troca banal de dados, como adverte o Santo Padre, tampouco estar subjugados a ilusões narcísicas de satisfação imediata e superficial do eu, mas deve, primordialmente, favorecer o diálogo e a partilha.
Com tanto mais razão essa advertência do Papa Bento XVI é direcionada, prioritarimente, aos jovens, por se constituírem polo de atração vulnerável ao estabelecimento de novos contatos, novas descobertas, ao exercício da visibilidade – possibilidades expressamente exploradas pela internet. Por extensão, essa advertência deve ressoar nos corações e mentes dos adultos, deve impulsionar a todos para buscar efetivamente partilhas, consolidar laços, arregimentar amizades sem, contudo, cairmos nas armadilhas do artificialismo, tampouco nos isolarmos em um mundo virtual paralelo onde os relacionamentos à distância nos satisfaçam provisoriamente.
A esse respeito, o Santo Padre nos pergunta: “Quem é o meu próximo?”, “em qual mundo vivemos?”. Sem contestar os avanços logrados pela internet, Bento XVI esclarece que esses mundos virtuais não substituem o relacionamento interpessoal. Com as novas tecnologias podemos nos encontrar para além dos “confins do espaço e das próprias culturas”, e isso supõe uma coerência de vida e honestidade de princípios.
É o retorno do velho ditado que o segredo está justamente no “ser humano”, um operador desses veículos de transmissão e informação. Essas advertências nos levam a refletir sobre o papel da evangelização nesse contexto.
A busca de amizades e de laços afetivos torna o espaço das mídias sociais um lugar de intensas movimentações e exibição de si próprio (pensamentos, desejos e ações). O lastro que a cultura virtual vai deixando em nossa trajetória abre um leque diverso de oportunidades: não raro vemos a exploração dessas mídias para a propagação de candidatos a cargos políticos, para difamações de pessoas, de grupos étnico-raciais, para convocação momentânea de manifestações públicas. O alcance dessas mídias são ferramentas indispensáveis, que chegam a ser fonte de notícias para os jornais impressos.
Os relacionamentos efêmeros e as trocas passageiras encetadas pela internet e outros dispositivos digitais, por sua vez, nos conduzem a uma ponderação ainda mais profunda: qual ideal de humano temos e qual podemos construir? Certamente, o desenrolar dessas questões nos reenvia para os modos de utilização desses meios.
A Igreja, no seu compromisso com uma outra comunicação, vem dotando seus fiéis com vários estudos e debates consubstanciados em textos e documentos, a exemplo de Igreja e Internet (28.02.2002), Ética na Internet (28.02.2002) e Ética nas Comunicações Sociais (02.06.2000), além da carta apostólica O Rápido Desenvolvimento (24.01.2005). A propósito, essas mesmas preocupações estão previstas de maneira resumida no documento conciliar Inter Mirifica, que completará cinquenta anos em 4 de dezembro de 2014.
Não nos olvidemos: as múltiplas possibilidades de interação com os meios digitais, com a cultura virtual não podem e nem devem estar desvinculadas do diálogo que vivifica, da comunhão que nos redime, a fim de que a grande rede seja de fato uma instância criativa de identificação coletiva, de aproximação do outro e, fundamentalmente, de transmissão do Evangelho.
A nossa vocação não pode ser desprezada, pois somos chamados a testemunhar com coerência os juízos, perfis, escolhas, preferências, de maneira que transpareça as razões “de nossa esperança”, a proclamar que Cristo “constitui a resposta plena e autêntica”.
Especialmente para nós no Brasil, esse Dia Mundial das Comunicações vai ressoar as conquistas oriundas do trabalho da Comissão Episcopal, procurando sempre dar a resposta plena e autêntica a Jesus Cristo, com a graça de Deus: a criação da Signis Brasil, instituição articuladora por congregar todos os meios de comunicação católicos de nosso país, e a publicação do documento de Estudos da CNBB n. 101, intitulados A comunicação na vida e missão da Igreja no Brasil, base fundamental para a construção do futuro Diretório das Comunicações, ainda tão sonhado e desejado, são alguns empreendimentos que visam fazer dos tentáculos comunicacionais instrumentos a serviço da obra de Deus.
A criação da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação criada em nossa Assembléia Geral realizada em Maio em Aparecida demonstra o apreço e a importância que o nosso episcopado dedica a esse tema.
Menção seja dada também à equipe de assessoria nacional da Pastoral da Comunicação, que vem dedicando suas reflexões e estudos para oferecer análises e propostas adequadas aos comunicadores por meio da publicação de novo livro sobre a nossa estimada Pastoral da Comunicação (Pascom).
Não podemos deixar de recordar novamente do Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil, a ser realizado em julho deste ano, promovido em parceria com o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Esse seminário procura reposicionar as discussões sobre o tema, levando em conta as reflexões contidas na mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações de 2011, bem como as diretrizes estabelecidas pela Igreja para esse expediente.
Uma nova cultura está nascendo através de uma nova linguagem e que nos lança desafios enormes diante da mudança de época que ora vivemos. Dessa maneira, resta-nos convidá-lo a integrar a geração digital, com a plena convicção de que somos chamados a aceitar o desafio de fazer dessas novas formas de expressão o areópago digital, onde Cristo mostra seu rosto e nos convoca para a conversão.
Portanto, o nosso desafio é trabalhar em nossas comunidades, paróquias, pastorais de comunicação, propagando o tema do Dia Mundial e colaborando para que a “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”, seja uma realidade incontornável em nosso entorno e no mundo.
Leia mais
.: É preciso testemunhar Cristo também nas redes sociais, diz Papa.: Mensagem do Papa para o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais
.: Igreja deve descobrir no mundo digital auxílio para falar de Deus
Rádio Vaticano
Dom Orani João Tempesta, Arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro |
Nesta mesma semana estaremos celebrando a Novena em preparação a Pentecostes e a Semana de Orações pela unidade dos cristãos. Sem dúvida que tudo isso tem muito a ver também com a comunicação entre nós.
O Dia Mundial das Comunicações, único criado pelo Concílio Vaticano II, afigura-se como um convite direcionado, indistintamente, a todos nós para refletirmos e agirmos com compromisso cristão e ético nas fronteiras da Comunicação Social – patrimônio da humanidade que ganha, no mundo de hoje, contornos nunca antes imaginados, que se modificam em velocidade estonteante, em escalas exponenciais.
Como de costume, a cada ano temos a feliz oportunidade de aprofundar um tema em voga que contribua para avaliarmos as mudanças, os cenários, promessas e desafios que a comunicação, sobremaneira em sua feição tecnológica, provoca. O tema que o Papa Bento XVI escolheu para 2011 não poderia ser mais prolífico e adequado aos nossos tempos: “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”. O assunto que esse tema enseja possui o frescor da atualidade e exorta a todos a restituir a verdade e autenticidade no anúncio da Boa-Nova.
Para tanto, a missão de cada um de nós é, antes de tudo, reafirmar a essência das mídias, antigas e novas, recuperando as sábias palavras do Papa Pio XII: “[...] os maravilhosos progressos técnicos, de que se gloriam nossos tempos, sem dúvida, são fruto do engenho e do trabalho humano”, a fim de que cada cristão e cada cristã possa fazer do universo da comunicação social um espaço autêntico de propagação da Verdade que é Jesus Cristo.
Não podemos nos abster de cumprir essa tarefa no momento em que os artefatos tecnológicos ocupam posição central e abarcam todos os domínios da atividade humana. É necessário que coloquemos em funcionamento operadores éticos, que coíbam abusos e favoreçam a emancipação humana nesse terreno.
As observações do Santo Padre, o Papa Bento XVI, na mensagem para o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais, não deixam margem à dúvida no que se refere à importância da comunicação em nossas vidas: “Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a Revolução Industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais.
As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante a uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.”
A realidade construída pela comunicação digital é irreversível, como sabemos, fazendo surgir uma cultura nova, afetando, em larga medida, os relacionamentos. A propósito, é aos relacionamentos que o Papa Bento XVI dedica parte significativa de sua bela mensagem. Num contexto em que as informações e o conhecimento são permutados intensivamente, em que as fronteiras entre emissor e receptor de mensagens são diluídas, é necessário que tenhamos consciência do nosso papel e das consequências dos nossos atos. Os intercâmbios no espaço digital não devem se oferecer apenas para troca banal de dados, como adverte o Santo Padre, tampouco estar subjugados a ilusões narcísicas de satisfação imediata e superficial do eu, mas deve, primordialmente, favorecer o diálogo e a partilha.
Com tanto mais razão essa advertência do Papa Bento XVI é direcionada, prioritarimente, aos jovens, por se constituírem polo de atração vulnerável ao estabelecimento de novos contatos, novas descobertas, ao exercício da visibilidade – possibilidades expressamente exploradas pela internet. Por extensão, essa advertência deve ressoar nos corações e mentes dos adultos, deve impulsionar a todos para buscar efetivamente partilhas, consolidar laços, arregimentar amizades sem, contudo, cairmos nas armadilhas do artificialismo, tampouco nos isolarmos em um mundo virtual paralelo onde os relacionamentos à distância nos satisfaçam provisoriamente.
A esse respeito, o Santo Padre nos pergunta: “Quem é o meu próximo?”, “em qual mundo vivemos?”. Sem contestar os avanços logrados pela internet, Bento XVI esclarece que esses mundos virtuais não substituem o relacionamento interpessoal. Com as novas tecnologias podemos nos encontrar para além dos “confins do espaço e das próprias culturas”, e isso supõe uma coerência de vida e honestidade de princípios.
É o retorno do velho ditado que o segredo está justamente no “ser humano”, um operador desses veículos de transmissão e informação. Essas advertências nos levam a refletir sobre o papel da evangelização nesse contexto.
A busca de amizades e de laços afetivos torna o espaço das mídias sociais um lugar de intensas movimentações e exibição de si próprio (pensamentos, desejos e ações). O lastro que a cultura virtual vai deixando em nossa trajetória abre um leque diverso de oportunidades: não raro vemos a exploração dessas mídias para a propagação de candidatos a cargos políticos, para difamações de pessoas, de grupos étnico-raciais, para convocação momentânea de manifestações públicas. O alcance dessas mídias são ferramentas indispensáveis, que chegam a ser fonte de notícias para os jornais impressos.
Os relacionamentos efêmeros e as trocas passageiras encetadas pela internet e outros dispositivos digitais, por sua vez, nos conduzem a uma ponderação ainda mais profunda: qual ideal de humano temos e qual podemos construir? Certamente, o desenrolar dessas questões nos reenvia para os modos de utilização desses meios.
A Igreja, no seu compromisso com uma outra comunicação, vem dotando seus fiéis com vários estudos e debates consubstanciados em textos e documentos, a exemplo de Igreja e Internet (28.02.2002), Ética na Internet (28.02.2002) e Ética nas Comunicações Sociais (02.06.2000), além da carta apostólica O Rápido Desenvolvimento (24.01.2005). A propósito, essas mesmas preocupações estão previstas de maneira resumida no documento conciliar Inter Mirifica, que completará cinquenta anos em 4 de dezembro de 2014.
Não nos olvidemos: as múltiplas possibilidades de interação com os meios digitais, com a cultura virtual não podem e nem devem estar desvinculadas do diálogo que vivifica, da comunhão que nos redime, a fim de que a grande rede seja de fato uma instância criativa de identificação coletiva, de aproximação do outro e, fundamentalmente, de transmissão do Evangelho.
A nossa vocação não pode ser desprezada, pois somos chamados a testemunhar com coerência os juízos, perfis, escolhas, preferências, de maneira que transpareça as razões “de nossa esperança”, a proclamar que Cristo “constitui a resposta plena e autêntica”.
Especialmente para nós no Brasil, esse Dia Mundial das Comunicações vai ressoar as conquistas oriundas do trabalho da Comissão Episcopal, procurando sempre dar a resposta plena e autêntica a Jesus Cristo, com a graça de Deus: a criação da Signis Brasil, instituição articuladora por congregar todos os meios de comunicação católicos de nosso país, e a publicação do documento de Estudos da CNBB n. 101, intitulados A comunicação na vida e missão da Igreja no Brasil, base fundamental para a construção do futuro Diretório das Comunicações, ainda tão sonhado e desejado, são alguns empreendimentos que visam fazer dos tentáculos comunicacionais instrumentos a serviço da obra de Deus.
A criação da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação criada em nossa Assembléia Geral realizada em Maio em Aparecida demonstra o apreço e a importância que o nosso episcopado dedica a esse tema.
Menção seja dada também à equipe de assessoria nacional da Pastoral da Comunicação, que vem dedicando suas reflexões e estudos para oferecer análises e propostas adequadas aos comunicadores por meio da publicação de novo livro sobre a nossa estimada Pastoral da Comunicação (Pascom).
Não podemos deixar de recordar novamente do Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil, a ser realizado em julho deste ano, promovido em parceria com o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Esse seminário procura reposicionar as discussões sobre o tema, levando em conta as reflexões contidas na mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações de 2011, bem como as diretrizes estabelecidas pela Igreja para esse expediente.
Uma nova cultura está nascendo através de uma nova linguagem e que nos lança desafios enormes diante da mudança de época que ora vivemos. Dessa maneira, resta-nos convidá-lo a integrar a geração digital, com a plena convicção de que somos chamados a aceitar o desafio de fazer dessas novas formas de expressão o areópago digital, onde Cristo mostra seu rosto e nos convoca para a conversão.
Portanto, o nosso desafio é trabalhar em nossas comunidades, paróquias, pastorais de comunicação, propagando o tema do Dia Mundial e colaborando para que a “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”, seja uma realidade incontornável em nosso entorno e no mundo.
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