“Todos os grandes ganhadores de almas foram pessoas de oração intensa e poderosa, assim como todos os grandes avivamentos foram precedidos e acompanhados por trabalho árduo, de joelho, perseverante e determinado na oração”, afirmou o renomado Ministro do Evangelho Samuel L. Brengle.
O Apóstolo Paulo orava sem cessar. Dia e noite, suas orações, súplicas e intercessões subiam a Deus (At 16. 25; Fp 1.3-11; CI 1.3,9-11). Por isso ele disse: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (1 Co 11. 1).
Martinho Lutero costumava orar três horas por dia, e quebrou o jugo opressor de séculos, libertando nações inteiras. Segue esse exemplo João Calvino e Meno Simons.
Johh Knox passava noites em oração e clamava a Deus, dizendo: “Dá-me a Escócia, senão eu morro!”. E Deus lhe deu a Escócia.
Richard Baxter, um puritano Inglês do século XVII, marcava as paredes do quarto com o hálito de suas orações, e colocou em movimento ondas de salvação que passaram por toda a nação.
Vez após vez, Johh Wesley, em seus diários (que só perdem para o livro de Atos em matéria de relatos vívidos) conta sobre períodos de metade da noite ou de noite inteira em oração.
Como resultado, Deus visitava multidões e as abençoava além de qualquer expectativa. Ele e seus ajudantes foram capacitados sobrenaturalmente a resgatar a Inglaterra do paganismo e trazer um avivamento de paixão pura e agressiva por Deus a várias partes do mundo. Foi da conexão pietismo e metodismo que surgiram os movimentos de renovação e carismática.
David Brainerd ficava prostrado no chão congelado à noite, envolvo numa pele de urso, cuspindo sangue e clamando a Deus para salvar os índios. O Senhor o ouviu e convertia os pobres, ignorantes, briguentos e embriagados nativos às dezenas e centenas, levando-os a uma vida limpa e santificada.
Na véspera do dia em que Jonathan Edwards pregou o maravilhoso sermão que desencadeou o avivamento que abalou a região da Nova Inglaterra ele e vários outros passaram a noite em oração.
Um jovem chamado John Livingston, na Escócia, foi designado para pregar numa das grandes assembleias. Sentindo sua total debilidade, ele passou a noite em oração. No dia seguinte, sua pregação resultou na conversão de 500 pessoas. Glória a Deus! Oh, meu Senhor, levanta pessoas que orem hoje dessa mesma forma! Oremos sempre assim!
Charles Finney orava até comunidades inteiras serem conquistadas pelo poder do Espírito de Deus, e as pessoas não conseguirem resistir à extraordinária influência divina. Numa determinada ocasião, ele ficou tão esgotado pela intensidade de seu trabalho no ministério que amigos o obrigaram a se afastar um pouco e fazer uma viagem à região do Mar Mediterrâneo.
Mesmo assim, ele permaneceu tão focado na conversão dos perdidos que não conseguiu descansar. Logo que retornou, uma agonia de alma em favor da evangelização do mundo tomou conta de todos os seus seres. A intensidade dessa agonia foi crescendo a ponto de leva-lo a passar o dia inteiro em oração. À noite, veio o descanso e a segurança no espírito de que Deus mesmo levaria essa tarefa adiante.
Deveríamos cultivar um sentimento de prazer só de pensar em ficar a sós com Jesus em comunhão íntima de oração, assim como os apaixonados esperam sentir prazer e alegria na companhia do amado (ou amada).
Deveríamos responder prontamente ao chamado interior para a oração “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, pra que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1 Co 9.27).
Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou sobre o “dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 18.1), e Paulo disse: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17) (1).
Armas Para Demolir Fortalezas
“As reuniões para oração coletiva têm resultado em tremendas respostas à oração. Além das respostas especificas, há sempre grandes benefícios espirituais à medida que todos aqueles que estão orando aprendem a persistir mais efetivamente”, disseDr. Duewel L. Duewel, célebre missionário. Pregador e escritor de renovação espiritual.
Todos nós temos importantes decisões a fazer em nossa vida. Essas decisões determinam nossa eficiência em derrubar as fortalezas mencionadas na Bíblia.
Deus nos deu a capacidade de destruir qualquer forte que o pirata mais poderoso já tenha construído em nossa vida. Ele nos das armas que são “poderosas em Deus para destruir fortalezas” (2 Co 10.4). A primeira arma talvez seja a mais poderosa que você irá utilizar em toda sua vida: a oração. A oração é a grande tarefa à qual todo cristão foi chamado. Oswald Chambers escreveu: “A oração não nos equipa para as ‘obras maiores’. Ela é a maior obra de todas”. A Bíblia declara claramente o propósito eterno de Deus para nossa vida: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho…” (Rm 8.29). O desejo do coração de Deus é que nos tornemos iguais a Jesus. Quando a paixão de nossa vida se alinha com a paixão do coração dele, podemos nos colocar de lado e ver Deus fazer coisas extraordinárias. Ele transforma o negativo em positivo, erros em acertos e fortalezas ocupadas por piratas em templos cheios do seu Espírito. Isso nos leva à segunda arma de nossa guerra: o Espírito Santo. A oração nos dá acesso ao trono de Deus onde ele mantém todo poder e autoridade. O Espírito Santo é parte da natureza trinitária de Deus que habita em cada cristão. Ele transporta o poder do céu ao nosso coração para sermos conformes à imagem de Cristo. O Apóstolo João escreveu: “Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 Jo 4.4).
Muitos anos atrás, um grande pregador proclamou o Evangelho, e uma jovem entregou seu coração a Cristo. Ao término da reunião, pregador perguntou à jovem: “o que você fará quando o diabo bater na porta do coração?” “A jovem parou e pensou antes de responder”: “Eu acho que só vou pedir para Jesus atender a porta”. Ela compreendeu uma grande verdade bíblica. A vitória não está no nosso poder, mas no poder daquele que vive em nós. Ele é nossa força. Ele é nossa fortaleza. Ele é a rocha da nossa salvação. Ele é aquele que nos leva a vencer.
“A oração nos dá acesso ao trono de Deus e nos permite tomar posse do poder e da autoridade de Cristo”. O Espirito Santo habita em nós e nos dá poder para demolir as fortalezas. “A oração libera o Espirito Santo para nos tronar iguais a Cristo”afirma o ilustre evangelista Rev. Sammy Tippit.
Exemplos na História Cristã
William Carey e um pequeno grupo de oração em Kettering, Inglaterra, oraram mensalmente por cerca de oito anos até que veio um poderoso avivamento missionário. Ele dizia: Esperai grandes coisas de Deus, fazei grandes coisas para Deus. Carey foi um dos grandes mentores da visão missionária dos tempos modernos.
William Wilberforce foi usado por Deus para trazer um despertamento moral e espiritual para a Inglaterra. Ele tinha a retaguarda de um grupo de sua igreja que se comprometeu a orar juntos por três horas diariamente. Daí resultou na abolição escravagista e reformas sociais.
John Livingstone e um grupo de sua Igreja em Shotts, Escócia, persistiram em oração toda a noite de sábado e, no dia seguinte, 500 pessoas foram salvas como resultado de sua pregação.
Jonathan Ewards tinha um grupo da igreja em Enfield, Massachusetts, que sentiu um encargo de oração para que Deus não os deixasse de lado enquanto enviava avivamentos para outros lugares. Sentiram uma angústia tão forte para orar que se reuniram num sábado à noite e perseveraram toda a noite em oração. Naquela mesma noite, Jonathan Edwaeds também foi impressionado fortemente e passou toda a noite em oração. No dia seguinte, seu sermão “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado” foi grandemente ungido pelo Espírito Santo. Deus tocou algumas pessoas tão fortemente que se agarraram às colunas da igreja porque sentiam que seus pés estavam escorregando em direção ao inferno. Edwards, então, lançou um chamado para que os cristãos se reunissem para orar em toda a região da Nova Inglaterra até que Deus os visitasse com avivamento. E Deus enviou avivamento!
George Whitefield, tão poderosamente usado por Deus no inicio do século XVIII, convocou o povo para se reunir em grupos de oração perseverante. Charles Spurgeon liderava uma reunião de oração, toda segunda-feira à noite, que normalmente tinha de mil a 1200 pessoas no auditório.
Charles Finney passava frequentemente um ou mais dias em jejum e oração. Ele foi usado poderosamente por Deus em Boston em 1856 e em várias cidades da Nova Inglaterra em 1857/58. Reuniões de oração coletiva ao meio dia, geralmente sem pregação, começaram em Boston e se espalharam por todos os países em quase todas as grandes cidades e até em muitas cidades menores. Mais de um milhão de pessoas foram levadas a Cristo e se uniram às igrejas locais dentro de um espaço de dois anos.
Durante as campanhas de D. L. Moody em Oxford e Cambridge, houve tanta oposição de um grupo de estudantes universitários anarquistas e arruaceiros que era quase impossível ouvir os hinos cantados por Ira D. Sankey ou as mensagens de Moody. Moody, então, reuniu trezentas mulheres piedosas de Cambridge no Alexander Hall para um tempo exclusivo de batalha em oração. Uma após outra clamava, em lágrimas, por “algum filho” de uma mãe desconhecida. Naquela noite, o curso dos acontecimentos foi totalmente alterado quando um enorme silêncio de Deus caiu sobre o culto. Levas de estudantes se humilharam diante de Deus, confessaram seus pecados e encontraram salvação. Moody se referiu a esse fato como a maior vitória de sua vida.
J. Edwin Orr, historiador de avivamentos em toda parte do mundo, afirmou: “Nenhum grande despertamento espiritual começou em qualquer lugar do mundo sem que houvesse oração coletiva – cristãos orando persistentemente por aviamento” (2)
Conclusão
O apoio da oração unida, ou seja, unidade, coletividade era o que Paulo tanto desejava. Em suas cartas, pedia aos crentes que se unissem com ele em oração pela sua vida e ministério. Aos Romanos: “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus” (Rm 15.30). Aos Coríntios, ele expressou sua confiança: “O qual nos livrou de tão grande morte, e livra; em quem esperamos que também vós, com orações por nós, para que, pela mercê que por muitas pessoas nos foi feita, por muitas também sejam dadas graças a nosso respeito” (2 Co 1.10-11). Aos Filipenses, Paulo escreveu: “Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo” (Fp 1,19). Aos Colossenses: “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças; orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra” (Cl 4.2-3).
Á medida que os cristãos oram juntos, a oração de cada um ajuda a aprofundar o anseio pela resposta de Deus e assopra a chama do espírito de oração. O amor e a unidade são intensificados, purificados e se tornam mais frutíferos. A fé que Deus vai responder é fortalecida. Todos os que se unem em oração começam a sentir o poder de Deus descendo sobre eles e ungindo suas orações de modo renovado. A pregação da Palavra de Deus ungida, cristãos em estado de graça, comunhão, missões, evangelismo, avivamentos, renovação e crescimento das igrejas devem ao poder da oração. Cristãos e igrejas que oram via a direção do Espírito Santo contemplam maravilhas espirituais e sociais.
Pe. Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja
Instituto de Teologia Bento XVI
Pregador de Retiros Espirituais
Sociólogo-Pesquisador dos Novos Movimentos Religiosos
E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com
Notas:
(1)Arautos da Sua Vinda, fevereiro/abril de 2014, p. 6.
(2)Arautos da Sua Vinda, maio/julho de 2012, pp. 5 e 6.
Bibliografia
Zagheni, Guido. A Idade Moderna: curso de história da Igreja. São Paulo: Paulus, 1999.
Daniel – Rop, Henri. A Igreja dos tempos clássicos. São Paulo: Quadrante, 2001.
Lenzenweger, Josef. (Editor). História da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyola, 2006.
Pierrard, Pierre. História da Igreja. São Paulo: Paulus,1982.
Galli, A. Grandi, D. História da Igreja. São Paulo: Edições Paulinas, 1963.
CAIRNS, Eale E. O cristianismo através dos séculos: uma história da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, 1995.
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